postado em 21/01/2011 08:57
Com a interdição da Ponte JK, os moradores do Lago Sul, Paranoá e São Sebastião que trabalham no Plano Piloto tiveram dificuldades ao voltar para casa no fim do dia. O caminho alternativo mais próximo, a Ponte Costa Silva, apresentou retenção em quase toda sua extensão, entre 18h e 19h. Para tentar fugir do tráfego intenso, alguns condutores optaram pela Ponte das Garças, que não chegou a congestionar, mas apresentou um fluxo bem maior que o normal. No entanto, dependendo do destino, o desvio pode aumentar a viagem em até 16km.Prevendo um congestionamento ainda maior, o Departamento de Trânsito (Detran) liberou as pistas no sentido Lago Sul para veículos leves, por volta das 18h. A condição era que nenhum carro ultrapasse os 40 km/h nos 1,2mil m da ponte. Para controlar a velocidade, agentes do Detran colocaram cones na pistas, insuficientes para conter os motoristas. Como não havia placas informando sobre a condição excepcional da via, a maioria trafegava em velocidade igual ou superior a 60 km/h. O órgão de fiscalização promete sinalizar a ponte e instalar dois radares a 200 metros antes da dilatação, no início da manhã de hoje.
Com as pistas do cartão postal bloqueadas para veículos pesados, o diretor do Transporte Urbano do DF (DFTrans), Marco Antônio Campanella, expediu na noite de ontem um ofício determinando que as empresas de transporte público que operam no trecho orientem seus motoristas a fazer os itinerários pela Ponte Costa e Silva. O novo trajeto representará uma viagem 20 minutos mais longa. O Correio fez o trajeto da Praça dos Três Poderes pelas três principais pontes até chegar à QI 25 do Lago Sul.
Pela Ponte JK, o motorista percorre 10 quilômetros. Já o caminho pela Ponte Costa e Silva fica 12 quilômetros mais longe (22 quilômetros), e na pior opção, a Ponte das Garças, o condutor gasta 26 quilômetros até o destino destino. Ontem, quem dependia do transporte público e não sabia da interdição da ponte teve que procurar outras alternativas para voltar para casa.
O bancário Leandro de Oliveira Alves, 30 anos, só soube do veto aos coletivos pela equipe do jornal. ;Estava estranhando muito não passar ônibus. Não sabia que era porque a ponte estava ameaçada. É uma coisa que assusta muito a gente que passa por aqui diariamente. Agora, vou ter que ir para o CCBB esperar a condução até a Rodoviária do Plano Piloto;, contou o servidor, que mora em Sobradinho.
O aposentado Galvão, 68 anos, veio com a família de Belém (PA) para conhecer a capital do país. Estranhou ao ser impedido de passar pela ponte. A intenção era fazer fotos no cartão postal, mas ao descobrir o motivo de tantos de carros da PM, do Detran e da imprensa, desistiu da ideia. ;Queríamos levar uma foto de recordação, porque é uma obra muito bonita, mas se está desse jeito, é melhor voltar quando fizerem a manutenção;, comentou.
Faixa central
A interdição da Ponte JK fez com que o Detran abortasse, pelo menos temporariamente, a ideia de fechar aos domingos a faixa central da Ponte Costa e Silva, a partir deste fim de semana. A intenção era liberar a equipe que controla o trânsito no local nesse dia. Um estudo apontou que apenas duas faixas seriam necessárias para manter um bom fluxo aos domingos, mas com o deslocamento dos veículos pesados da Ponte JK, as três faixas continuarão abertas.