Cidades

Detran reduz limite de velocidade na Ponte JK para 40 km/h

postado em 23/01/2011 08:50
O monitoramento do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) na Ponte JK será feito até que sejam substituídas as peças desgastadas de apoio à estrutura. Enquanto isso, o órgão manterá dois agentes no local e acompanhará a situação por meio de câmaras de vídeo. Uma das primeira medidas para aumentar a segurança na ponte foi tomada na manhã de ontem, a pedido da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Funcionários do Detran-DF trocaram as placas de sinalização de velocidade. Assim, o limite da via acabou alterado de 60km/h para 40km/h.

Segundo o diretor-geral do Detran-DF, José Alves Bezerra, os radares móveis também serão usados nos momentos de pico para coordenar a quantidade de veículos que passam diariamente pela ponte. ;Estaremos no local o tempo que for necessário. A experiência de interditar a faixa central da Ponte Costa e Silva foi cancelada até que as condições de tráfego na JK voltem à sua normalidade. O tráfego de ônibus já foi liberado, mas o de caminhões continua proibido;, alertou Bezerra.

O problema na Ponte JK foi identificado na última quinta-feira, quando um ciclista informou ao Corpo de Bombeiros que ocorriam oscilações na pista por conta da passagem de veículos. No mesmo dia, o trânsito acabou interrompido por seis horas para que técnicos do governo identificassem uma dilatação localizada no meio da estrutura.

Na manhã de sexta-feira, durante uma hora, funcionários da Novacap, agentes da Defesa Civil e bombeiros realizaram uma inspeção na parte interna da ponte. Descobriram que, por falta de manutenção, uma das peças de apoio se desgastou e provocou uma fissura de mais de 4 centímetros de largura. As equipes não encontraram, porém, nenhum comprometimento dos cabos de aço, infiltração ou corrosão na estrutura. À tarde, encaixaram um pedaço de madeira no espaço vazio como medida emergencial. Funciona como um calço.

Ontem, o Detran-DF montou barreiras nos dois sentidos da Ponte JK para obrigar os motoristas a reduzirem a velocidade e evitar trepidações capazes de comprometer o improviso feito no local. Os caminhoneiros que tentaram passar pela via se viram obrigados a fazer um retorno e buscar caminhos alternativos. Em alguns momentos, os agentes interromperam o fluxo de carros para que a ponte não ficasse sobrecarregada.

A partir de segunda-feira, a Secretaria de Obras do DF encaminhará a solicitação de compra de novas peças de apoio para substituir as atuais. Está em curso, por exemplo, a licitação para escolha da empresa responsável pela manutenção do monumento. O tipo de construção da Ponte JK a difere das demais. A pista fica pendurada por cabos de aço presos aos três arcos brancos. Na parte inferior, quatro blocos de concreto auxiliam na absorção do peso dos veículos. Cada um conta com quatro aparelhos de apoio.

Curiosos
A fissura na Ponte JK atraiu brasilienses ao local durante o sábado. O analista de sistemas Jorge Leal, 33 anos, aproveitou a manhã ensolarada para pedalar e esticou o passeio até o cartão-postal. Morador do Sudoeste, Leal é natural de Recife (PE) e está há dois anos no Distrito Federal. ;A chuva deu uma trégua e resolvi dar um pulo aqui. Achava que o problema tinha acontecido no início da ponte. Mesmo assim, isso não pode acontecer. Os governantes precisam providenciar uma manutenção que eles próprios admitiram que não ocorria;, cobrou.

Quem também esteve no local e aproveitou para fotografar e filmar o desnivelamento da ponte foi o motorista Cláudio Henrique Coelho Pinto, 28 anos. Ele trabalha nos Correios e teve problemas na sexta-feira para fazer entregas no Lago Sul. Precisou alterar o caminho pela Ponte Costa e Silva. ;Fiz uma volta enorme e tive de explicar para cada pessoa o que aconteceu. Muitos nem sabiam do fato e foram compreensivos;, comentou.

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