Cidades

Distrito Federal bate recorde na criação de empregos formais em 2010

postado em 29/01/2011 08:23
Em sintonia com o cenário nacional, o Distrito Federal bateu recorde na criação de vagas formais em 2010. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na última semana pelo Ministério do Trabalho, revelam que ao longo do ano passado a economia local criou 36.787 empregos com carteira assinada ; o maior número da série iniciada em 1992. Até então, o melhor desempenho havia sido registrado em 2005, quando 25.356 postos de trabalho foram abertos.

Na comparação com 2009, houve aumento de 111%: o total de vagas formais mais do que dobrou. Como em todo o país, os serviços puxaram a alta no DF. O setor foi responsável pela criação de 22.312 empregos, o equivalente a 60,6% do total. Em 2008, o segmento representava 93,3% das riquezas da capital federal, segundo números mais recentes do Produto Interno Bruto (PIB), computados no fim do ano passado pela Companhia de Planejamento (Codeplan).

Em seguida no ranking dos setores que mais contribuíram para a expansão das vagas formais, aparecem o comércio (9.035), a construção civil (2.952) e a indústria de transformação (2.252). No balanço do governo, a agricultura respondeu pela abertura de 255 postos de trabalho e os serviços industriais de utilidade pública, por apenas quatro vagas. Registraram queda na criação de empregos com carteira assinada os setores de administração pública (-17) e extrativa mineral (-6).

Sem surpresa
O economista Carlos Reis, professor da Upis, avalia que os bons resultados não surpreendem. ;O DF acompanhou o bom momento da economia nacional. Com o aumento da renda, houve um efeito multiplicador na criação de empregos;, comenta. Em 2010, o DF abriu mais postos de trabalho do que Mato Grosso (30.545) e Mato Grosso do Sul (27.975). Na região Centro-Oeste, só ficou atrás do vizinho Goiás, responsável por 82.935 vagas no período.

Para 2011, especialistas acreditam que os serviços continuarão sendo o carro-chefe do aquecimento do mercado de trabalho, principalmente no DF, onde a economia é basicamente focada no setor terciário. ;À medida que a Copa do Mundo se aproximar, é de se esperar um aumento no número de empregos em Brasília, principalmente em bares, restaurantes e hotéis;, lembra o professor da Upis. Comércio e construção civil também devem puxar a criação de vagas.

Carlos Alberto Lima da Silva, 36 anos, não tira o sorriso do rosto. Virou o ano de carteira assinada, após cinco meses convivendo com o desemprego. ;É bom demais, moço! Sem emprego, o homem não é nada;, diz o ajudante de pedreiro, fichado em uma obra de Águas Claras. Os cerca de
R$ 800 de salário são gastos com o aluguel da casa em Águas Lindas (GO), onde vive com a mulher e dois filhos. No Natal passado, o dinheiro também ajudou a comprar a televisão de 20 polegadas, dividida em 12 parcelas.

Com mais oferta de postos de trabalho, reforça o economista Carlos Reis, a qualificação profissional passará a ter peso ainda mais significativo em 2011. ;A tendência é que cada vez mais o mercado exija uma boa formação dos candidatos a emprego;, sustenta o professor da Upis, que também aposta em expansão ainda maior do emprego formal neste ano. ;Os empresários começaram a perceber que vale a pena ter uma mão de obra mais estável;, acrescenta.

RECORDE
Entre janeiro e dezembro de 2010, o Brasil criou 2,52 milhões de empregos com carteira assinada e bateu recorde. Entre 2003 e 2010, o total chegou a 15 milhões. Esta semana, levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também confirmou o bom momento do emprego formal. No ano passado, o país registrou o maior percentual de celetistas da história: 46,3% entre o total de ocupados, ou 10,2 milhões de pessoas.

QUEDA DE 14,5%
A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada na última quarta-feira mostrou que em 2010 o desemprego no DF atingiu o menor índice desde 1992: a taxa caiu de 14,5%, em 2009, para 12,9%. Entre novembro e dezembro, o número de trabalhadores sem oportunidade recuou de 218 mil para 179 mil. Apesar da melhora, o contingente ainda é considerado alto na comparação com o restante do país.


Vagas formais

Em 2010 no DF
Serviços - 22.312
Comércio - 9.035
Construção civil - 2.952
Indústria de transformação - 2.252
Agricultura - 255
Serviços industriais de utilidade pública - 4
Extrativa mineral - -6
Administração pública - -17
Total - 36.787

Na última década no DF
2010 - 36.787
2009 - 17.422
2008 - 26.245
2007 - 16.364
2006 - 13.374
2005 - 25.356
2004 - 26.194
2003 - 8.411
2002 - 17.117
2001 - 11.569

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