Cerca de 150 famílias vinculadas ao Movimento dos Sem Terra (MST) ocuparam uma área de 50 hectares da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Distrito Federal na manhã desta segunda-feira (31/1). Trata-se de uma Área de Proteção Ambiental (APA), nas proximidades do Rio Descoberto. A terra fica no Incra 6, ao lado da BR-080, em Brazlândia.
De acordo com o presidente da associação, Geraldo Reis Pacheco, que esteve no local para negociar com os líderes do movimento, o local é inapropriado para o tipo de atividade que os sem terra pretendem desenvolver. "As terras ficam em uma área de proteção Ambiental, onde há uma nascente do Rio Descoberto. Nós esperamos um posicionamento do Incra, e que encaminhem essas famílias a um outro assentamento", conta Pacheco.
Entre as exigências dos trabalhadores rurais estão a desapropriação da área que, segundo eles, está improdutiva, além da reestruturação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) regional e assistência técnica para os assentamentos.
Pacheco demonstrou preocupação com a APA durante a permanência do MST nas terras. "São só 50 hectares, dividindo isso por 150 famílias sobra quase nada para cada uma", afirma o presidente.
Mesmo a Associação dos Engenheiros Agrônomos não condena a ação do movimento. "Queremos uma solução o mais rápido possível. A gente reconhece o direito deles e vamos fazer de tudo para que consigam um terreno em outro lugar, em alguma área improdutiva onde eles possam desenvolver suas atividades", esclarece Pacheco.
Denúncia
Segundo informações do MST, as terras ao redor da APA são parceladas e vendidas para a construção de loteamentos. O presidente da associação reconhece o problema na região. "Nós também não concordamos com isso, sabemos que algumas pessoas dividem e vendem, muitas vezes de maneira irregular, as terras por aqui. É uma região onde vem crescendo o número de condomínios", denuncia.