postado em 05/02/2011 08:05
O transtorno dos motoristas que trafegam na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia) Norte está com os dias contados. Apesar da reforma para ampliar a via, os condutores ainda enfrentam alguns pontos de lentidão devido a afunilamentos próximos ao viaduto do Setor Militar Urbano (SMU) e na ponte sobre o Córrego Bananal, perto da entrada do Lago Norte. As obras foram retomadas no fim da semana passada, após nove meses de paralisação, e devem terminar em março. Enquanto isso, quem passa pelo local precisa redobrar a atenção, porque as três faixas de cada lado da rodovia se transformam em apenas duas, o que pode gerar engarrafamentos nos horários de pico e até provocar acidentes.
Os trabalhos começaram pelo viaduto do SMU e obra na Epia será feita em três etapas. A primeira delas já foi concluída, segundo o diretor-geral substituto do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Roberto Léda. Para realizar o encabeçamento ; a ligação da via com o viaduto ;, os técnicos já fizeram a terraplanagem. Na segunda parte das obras, será construída uma laje de transição, que apoia a ponte em solo firme. E a terceira e última etapa é a colocação do asfalto. ;Acreditamos que em mais ou menos 40 dias a obra estará pronta. Teremos mais uma faixa de cada lado da via, o que vai melhorar bastante o fluxo de carros nos horário de pico;, espera Léda. Segundo ele, a capacidade da via estava comprometida e havia registros de engarrafamentos no local.
Quem esteve na Epia na última sexta-feira para vistoriar o início das obras foi o vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filipelli (PMDB). De acordo com ele, a finalização dos trabalhos é fundamental para melhorar a condição do trânsito e evitar acidentes, uma vez que circulam aproximadamente 160 mil carros por dia na rodovia. Ele acrescentou ainda que outros pontos com problemas semelhantes vêm sendo observados, como a Estrada Parque Núcleo Bandeirante, onde também há um afunilamento no viaduto que dá acesso à Epia e à Candangolândia. ;Todas as obras serão concluídas, é uma determinação do governador. Mas é claro que precisamos estabelecer prioridades;, disse.
O empresário Ediberto Pessoa de Carvalho, 53 anos, morador do Lago Norte, passa diariamente pela Epia antes das 8h, quando ainda há uma grande quantidade de veículos na via, e no fim da tarde, indo e voltando do trabalho. Ele conta que já ficou parado por diversas vezes em engarrafamentos na rodovia, principalmente nos locais onde há afunilamento, e sugere a ampliação desses gargalos para evitar congestionamentos. ;Se um carro quebrar no local ou houver alguma batida, o trânsito fica complicado por aqui;, preocupa-se.
Estrangulamentos
Segundo o professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB) Paulo César Marques, esses locais de afunilamento sempre causam algum transtorno aos motoristas e podem gerar engarrafamentos. Para ele, fazer a ampliação da via e não acabar com os pontos de estrangulamentos não justifica os gastos da obra. ;O trabalho pode ter sido deixado para depois, porque é mais caro ou precisa de projeto mais elaborado, mas um dia precisa ser feito. Obviamente, melhor seria planejar tudo e fazer a intervenção toda de uma vez;, avalia.
Quanto à ocorrência de acidentes nesses locais em que há afunilamento da via, o professor acredita que sempre é possível evitá-los, mesmo que seja com uma solução provisória. ;A ocorrência pode ser minimizada com a sinalização adequada. Não precisa ser um ponto perigoso se for bem sinalizado;, diz. Mecias Oliveira Dias, 28 anos, morador de Planaltina, é funcionário de um posto de gasolina na Epia e conta que uma vez foi surpreendido pelo gargalo na rodovia quando se dirigia ao trabalho. ;Fui ultrapassar um carro que estava parado na pista da direita e quando vi a pista acabou. Era um dia de muita chuva, foi muita sorte;, lembra, aliviado, pois poderia ter sofrido um sério acidente. Ele trabalha das 7h às 16h e fica parado nos engarrafamentos com frequência, seja no ônibus ou quando está de carro.