postado em 07/02/2011 07:51
Parte de uma quadrilha especializada em saquear bancos acabou detida pela Delegacia de Repressão a Roubos (DRR). Cinco homens foram presos acusados de arrombar caixas eletrônicos de agências do Distrito Federal. Com eles, os agentes encontraram cerca de R$ 80 mil em espécie, resultado do furto que cometeram no Santander da Universidade de Brasília (UnB) na tarde do último sábado. De acordo com a unidade policial, o grupo pode ter agido em outros 14 estabelecimentos nos últimos nove meses, período em que duraram as investigações.Os ladrões não cobriam o rosto. Experientes, burlavam os sistemas de iluminação e segurança dos bancos. Um deles tampava a parede de vidro da agência com uma lona preta, enquanto o colega arrombava o caixa eletrônico com maçaricos e pés de cabra. O restante dos comparsas observava o movimento e dava cobertura do lado de fora. Um taxista, que continuava foragido até a tarde de ontem, era o responsável pelo transporte das ferramentas usadas nos crimes.
Segundo a DRR, depois do furto ao banco na UnB, todos se reuniram na casa de Paulo Sérgio Barteli, 29 anos, para festejar o sucesso em mais um crime e dividir a quantia arrecadada. Eles nem sequer haviam contabilizado o total de cédulas que tinham retirado do caixa eletrônico quando os policiais chegaram ao local da partilha, em Valparaíso 2 (GO).
Um deles tentou fugir e levou um tiro de raspão no braço direito. A equipe capturou cinco deles e, além do dinheiro e das ferramentas, apreendeu celulares e carros usados durante as ações. O taxista que participava dos furtos conseguiu fugir.
O esquema tem ramificações em várias partes do país. O delegado-chefe da DRR, Érito Cunha, explicou: Paulo Sérgio era o mentor intelectual e deu suporte aos demais envolvidos, que vieram de Santa Catarina para realizar os roubos. De acordo com o inquérito, Odinei Mendes, 26 anos; Maurício Rodrigues da Silva, 24; Renan Michael Pereira dos Santos, 25; e Aloir Gomes Pessoa, 31, chegaram a Brasília na semana passada para escolher as agências onde iriam agir. Davam preferência aos estabelecimentos em lugares mais desertos.
Sofisticação
Crimes em que os acusados também poderiam estar envolvidos ocorreram no Entorno do DF e em outros estados. ;Ao trocar informações com o Departamento de Polícia Federal, foi possível identificar alguns integrantes da quadrilha. Esse grupo era composto por pessoas do Sul e do Nordeste;, afirmou Érito.
Pelas investigações da DRR, os prejuízos causados às instituições bancárias do DF somam cerca de R$ 1 milhão, entre os maços de notas roubadas e os caixas arrombados. ;O cofre do equipamento era cortado com o maçarico, e o dinheiro, retirado com o pé de cabra. A maioria deles trabalhou com metalurgia. Eles atingiram um grau tão grande de sofisticação que, na UnB, demoraram só 40 minutos;, afirmou o delegado André Leite, da DRR, que conduziu os trabalhos. Nos primeiros roubos, segundo ele, o grupo tinha o costume de agir tarde da noite e demorava cerca de duas horas.
Eles conseguiram enganar a polícia durante as diligências. De acordo com Érito, em ações anteriores, eles ;prepararam; uma instituição bancária localizada na 201 Norte. Como de costume, alteraram os mecanismos de iluminação e segurança. Os agentes ficaram de campana em frente ao estabelecimento para pegá-los em flagrante. ;Foi uma manobra. Ninguém foi até lá. No outro dia, descobrimos que, na verdade, uma agência de Taguatinga tinha sido roubada;, lembrou o chefe da DRR.