Cidades

A CEB é a única da área de infraestrutura sem influência de Filippelli

Ana Maria Campos
postado em 12/02/2011 08:12
A Companhia Energética de Brasília (CEB) é a única empresa da área de infraestrutura do Governo do Distrito Federal fora da influência direta do vice-governador, Tadeu Filippelli (PMDB). O presidente da empresa, Rubem Fonseca, foi escolhido diretamente pelo governador Agnelo Queiroz (PT) com a missão de reestruturar o setor. A maior parte da diretoria foi indicada pelo secretário de Governo, Paulo Tadeu (PT), que é oriundo da carreira. No acordo pré-eleitoral entre PT e PMDB, a CEB entraria na cota de Filippelli, mas na distribuição dos espaços as coisas mudaram.

O vice-governador tem pessoas de confiança no controle da Secretaria de Obras, da Companhia de Saneamento de Brasília (Caesb), do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), da Secretaria de Transportes e do DFTrans. Filippelli tem sustentado considerar uma questão de respeito deixar a CEB sob a batuta de Paulo Tadeu pela relação que o secretário de Governo tem com a empresa. O petista trabalhou na companhia e tem vínculos com os servidores de lá. Natural, na avaliação de peemedebistas, que num primeiro momento a CEB esteja com o PT. Para alguns políticos que participaram do acordo, a disputa pelo setor elétrico pode mudar com o tempo.

Hoje, a CEB enfrenta uma situação difícil, devido aos investimentos feitos com a geração de energia. A meta já anunciada por Paulo Tadeu é sanear a empresa. Nesse trabalho, o governo Agnelo Queiroz tem um aliado na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O diretor geral, Nelson Hübner, é do PT de Brasília e foi, inclusive, integrante da diretoria da CEB no governo de Cristovam Buarque (1995-1998).

Perfil
Rubem Fonseca foi presidente da CEB no primeiro ano da administração petista e depois virou chefe de gabinete do governador. Ele tem uma ligação estreita com Cristovam, mas não é uma indicação do senador pedetista na equipe de Agnelo. Foi escolhido, na verdade, pelo perfil com potencial para sanear a empresa, uma das mais importantes do complexo do GDF, que, à época de Cristovam, era uma referência nacional no setor.

Na semana passada, a CEB destoou da linha executiva da Secretaria de Obras. Conforme mostrou reportagem publicada ontem pelo Correio, enquanto a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) escolhia a empresa Danluz para executar os contratos de corte de grama em várias cidades do DF, a CEB apresentou denúncia de uso de atestados técnicos falsos para se qualificar na disputa pelos contratos de iluminação pública. O caso, denunciado pela Superintendência de Administração de Suprimentos da CEB, está sob investigação na 2; Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) do Ministério Público do DF e na Polícia Civil.

Na denúncia, a CEB detalha ter descoberto que a empresa. ao apresentar uma declaração supostamente expedida pela mineradora Anglo American Brasil Ltda., tentou comprovar qualificação num serviço que não prestou. Além da grama, a Danluz se prepara para concluir a reforma do Teatro Nacional.

Petista influente
Ex-ministro das Minas e Energia, Nelson Hübner foi chefe de gabinete do ministério quando a titular da pasta era a hoje presidente Dilma Rousseff. Engenheiro eletricista graduado na Universidade Federal Fluminense, ele foi diretor de Distribuição da CEB no governo Cristovam Buarque. É ligado à corrente Articulação do PT

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