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Passarelas danificadas e velocidade fazem rotina de acidentes da BR-040

Trecho entre Cristalina e Valparaíso chama a atenção pela frequência de acidentes. Pista sem duplicação, passarelas danificadas e alta velocidade aparecem entre as principais reclamações dos moradores da região

postado em 19/02/2011 19:59
Trecho entre Cristalina e Valparaíso chama a atenção pela frequência de acidentes. Pista sem duplicação, passarelas danificadas e alta velocidade aparecem entre as principais reclamações dos moradores da regiãoMotoristas, pedestres e moradores de Valparaíso (GO) cobram providências das autoridades para melhorar o trânsito e diminuir os acidentes na BR-040. Há dois dias, uma pessoa morreu ao perder o controle do veículo e despencar na linha férrea, na altura do Km 12. A pista é campeã em acidentes, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Somente neste ano, houve 134 acidentes, com quatro mortes e 73 feridos. Entre as reclamações estão a falta de sinalização, de passarelas e de limitadores de velocidade.

O Correio confirmou as dificuldades apontadas pela população. Logo na entrada de Valparaíso, uma passarela está deteriorada. Há cerca de um mês, um caminhão bateu na estrutura e por pouco ela não desabou. Em vez de substituí-la, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) colocou vigas de madeiras no ponto afetado. Quem utiliza a passarela percebe o perigo. ;Ela balança demais e temos a sensação de que vai cair alguma hora;, reclamou a dona de casa Eliana da Conceição Gomes, 34 anos. A passagem é a única opção para ela ir de um lado a outro da cidade. Com quatro filhos, sendo uma delas deficiente visual, ela prefere não arriscar a travessia. ;É um absurdo, mas é a minha única alternativa;, lamentou.

Diante do risco, há quem prefira passar em meio aos carros que avançam em alta velocidade. A espera para atravessar pode demorar mais de 15 minutos. ;Por baixo, a gente pode correr tranquilo, mas, se estivermos na passarela, tem o risco de ela cair ou de outro caminhão passar e derrubá-la de vez;, justificou o militar Rafael Gaite, 21 anos, que encarou a travessia pela BR-040 acompanhado do amigo, o operador de caixa Daniel Oliveira, 25.

O caminhão que por pouco não derrubou a passarela foi o mesmo que destruiu uma das poucas paradas de ônibus do local. Quem precisa pegar uma condução, além de esperar muito, está sujeito às condições do tempo. Com um encarte de propagandas, a dona de casa Maria do Rosário Duarte, 59 anos, protegia-se do sol forte da tarde de ontem. Durante mais de uma hora ela aguardou um transporte para a Cidade Ocidental (GO), onde mora uma amiga. ;É horrível esperar desse jeito. Estou com meus olhos cheios de terra. Não tem acostamento para os ônibus e eles param no meio da pista. É muito perigoso;, reclamou.

Morador há nove anos de Valparaíso, o designer gráfico Mário Oliveira, 26 anos, disse já ter visto muitas tragédias. ;Acidente com morte tem direto por aqui. Nunca vi ninguém fazer nada para melhorar a situação;, denunciou.

Protesto
Em uma tentativa de cobrar uma solução para os problemas, os moradores das imediações da BR-040 deram na última quinta-feira o primeiro sinal de indignação. Cerca de 150 pessoas fecharam a rodovia por volta das 17h ;horário de maior fluxo de carros ; e atearam fogo em pneus. O protesto gerou mais de 10km de congestionamento e terminou por volta das 19h30.

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