postado em 19/02/2011 23:18
A festa do bloco de pré-carnaval Suvaco da Asa, que aconteceu na tarde de sábado (19/2), nas ruas do Cruzeiro Velho e Sudoeste Econômico, reuniu mais de 9 mil foliões ; quase o quádruplo do público previsto ; de acordo com a Polícia Militar. Durante o pré-carnaval, não foi registrada nenhuma queixa policial, nem houve brigas ou acidentes.Mas, se no decorrer da festa tudo estava tranquilo, segundo foliões, o desfecho não foi nada animado. A jornalista Fabiana Barbosa, 32 anos, chegou por volta de 21h no Suvaco da Asa e afirmou que, meia hora depois, os policiais começaram a pedir que os foliões liberassem a pista que liga o Setor Militar ao Cruzeiro. "Eles começaram a acelerar as viaturas em direção ao público. O pessoal estava tranquilo, conversando. Não tinha porque agir daquela forma", reclama. Fabiana conta que minutos depois as viaturas voltaram e de repente as pessoas começaram a correr assustadas, com os olhos lacrimejando, tossindo e passando mal. "Parecia que a polícia havia soltado uma bomba de gás lacrimogêneo ou coisa do tipo", diz Fabiana.
O advogado Felipe Peixoto, 31 anos, que estava no local com a filha de 5 anos, também presenciou a ação dos policiais. "Eles começaram a jogar os carros em cima das pessoas, como se estivessem tangendo um gado. Eu não vi se foi uma bomba de gás ou spray de pimenta, porque corri com minha filha para longe. Mas vi muita gente chorando desesperada, com os olhos muito irritados e lacrimejando. Tossindo muito. Tinha crianças brincando, famílias. Foi inadmissível essa atitude ostensiva da polícia com o público. Me lembrou o episódio do Galinho da Madrugada, em 2008", protesta o advogado.
O tenente Reinari Barbosa, do Posto Comunitário de Segurança 19, próximo ao local de concentração, confirmou ao Correio que, no fim da festa, os policiais "fizeram a varredura do público com as viaturas", porque, mesmo depois de muitos pedidos, as pessoas não saiam da pista, que precisava ser liberada. "O que houve foi um público muito superior ao previsto. Mas não houve atitude ostensiva nem gás ou spray", garantiu o tenente.
Para a diretoria do bloco Suvaco da Asa, também não houve confusão. "A polícia pediu que a festa acabasse às 21h, para dar vazão à pista. Anunciamos no microfone o fim da festa e desligamos o som. E o pessoal foi embora tranquilo. A polícia não jogou gás em ninguém. O que me parece que aconteceu foi um morador que estava pulando carnaval e jogou esses sprays que fazem espirrar, tipo pó-de-mico, e aconteceu uma pequena confusão", afirma Ana Paixão, 34 anos, uma das fundadoras e diretoras do bloco.