Cidades

Postos de táxis, que custaram R$ 450 mil, estão expostos à ação de vândalos

Roberta Machado
postado em 20/02/2011 07:00
No Setor Hoteleiro Norte, o ponto de táxi teve o vidro quebrado. O prejuízo é rateado entre os motoristasProjetados para atender os taxistas, três postos construídos há dois anos pelo governo no centro de Brasília sofrem com o descaso. Mesmo equipados com banheiro e espaço para alimentação e descanso, as unidades foram rejeitadas pela maioria dos profissionais, que criticam os locais escolhidos. As construções abandonadas pelos motoristas tornaram-se alvos de vândalos, moradores de rua e usuários de drogas.

Abandonados pelos taxistas, os postos atraíram criminosos. Há um mês, um traficante foi preso atuando no posto construído no estacionamento do Estádio Mané Garrincha. Na ocasião, também foram apreendidos dois motociclistas que consumiam drogas no lugar. O ponto hoje é usado como sede de uma cooperativa de motoboys. Parte da construção, porém, foi destruída pelos moradores de rua. O vice-presidente da cooperativa, Fábio de Jesus, garantiu que pretende reforçar a segurança do local para evitar o mau uso do posto.

Em um dos pontos, os taxistas preferiram lacrar a área com grades para evitar as despesas. Atualmente, o posto de apoio próximo ao Setor Hoteleiro Sul (SHS) serve aos vigilantes de carros que manobram os veículos parados no disputado estacionamento posicionado ao lado de uma das entradas do Parque da Cidade. ;Era droga, prostituição, tudo rolava aí dentro. Graças a Deus fecharam isso aí;, contou o vigia Mario Vieira, 43 anos.

Apenas um dos postos ainda é usado pelos taxistas, que reclamam da falta de segurança e de estrutura. Construído ao lado do Setor Hoteleiro Norte (SHN), o ponto exibe uma lona plástica onde deveria haver uma janela. A cobertura improvisada foi colocada depois que criminosos quebraram o vidro para furtar o botijão de gás e o fogão. Os motoristas suspeitam que o crime tenha sido praticado pelos usuários de crack que circulam nas proximidades. O maior prejuízo, porém, foi a janela quebrada:
R$ 600 terão de ser arrecadados para o conserto. Quem paga a conta do vandalismo é um grupo de associações que tem direito ao uso do local.

Cada taxista paga R$ 10 mensais para ter direito a descansar, comer e usar o banheiro do posto, mas o dinheiro não é suficiente. Apenas a instalação de uma rede de energia elétrica no local custaria ao grupo R$ 35 mil. ;Não tem telefone nem luz. Ainda vamos botar uma grade, temos de resolver esse problema da segurança;, lamentou o taxista Edson Santos Oliveira, 51 anos. A estrutura, embora bem localizada, não é visitada por passageiros. Edson conta que os taxistas permanecem no local somente enquanto esperam o próximo chamado pelo rádio, pois os clientes não sabem da existência do ponto.

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