Helena Mader
postado em 22/02/2011 06:50
A criação de uma política habitacional eficiente é a aposta do governador Agnelo Queiroz para acabar com a grilagem no Distrito Federal. Como o Correio mostrou na edição do último domingo, os invasores de terra continuam a desafiar as equipes de fiscalização. No ano passado, foram registradas, em média, 10 derrubadas no DF. Ontem, o governador falou sobre a persistência dos grileiros em parcelar irregularmente terras públicas e particulares, sem a aprovação prévia dos projetos urbanísticos e ambientais e o aval do proprietário do terreno. Agnelo disse que a criação de facilidades para o acesso à moradia é um de seus trunfos para acabar com as invasões. Esse trabalho será feito paralelamente à intensificação da fiscalização. ;Já estamos colocando em prática uma política habitacional forte e transparente, dando acesso à moradia para quem realmente tem necessidade.;
Alerta
Durante a reabertura de uma escola pública, na manhã de ontem, Agnelo Queiroz disse ainda que os grileiros comprometem a qualidade de vida e são um risco ao planejamento urbano. Ele usou palavras fortes para se referir aos criminosos que criam parcelamentos urbanos à margem das leis do DF. ;Vamos combater esses aproveitadores que estão destruindo o planejamento da nossa cidade, o meio ambiente e as nossas nascentes;, avisou. ;O Estado vai atuar com toda força para impedir essas práticas de grilagem e invasão.;
O projeto do governo é criar 100 mil moradias até o fim de 2014. Para isso, o governo já promoveu mudanças na política habitacional. Em vez de entregar o lote aos inscritos na lista de espera da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab), a Secretaria de Habitação quer garantir o acesso da população mais carente à moradia pronta, por meio de financiamento, para que os compradores possam adequar as parcelas ao salário. Assim, o GDF quer reduzir o deficit habitacional e controlar as invasões de terra ocorridas nos últimos anos.
Uma das invasões mais recentes ocorreu no Recanto das Emas. Grileiros colocaram piquetes e anunciaram os lotes ilegais em uma chácara. Um servidor da administração regional identificou o problema e denunciou os criminosos, que acabaram presos. No dia seguinte, eles foram soltos e voltaram a negociar os imóveis ilegais.