postado em 23/02/2011 08:41
Desde que a Operação Sexto Mandamento foi desencadeada, a quantidade de denúncias envolvendo policiais militares goianos cresce a cada dia. Segundo a Polícia Federal (PF), em apenas uma semana a quantidade de e-mails e de ligações telefônicas recebida triplicou. Por questões internas, a instituição preferiu não divulgar o número exato de novas ocorrências. Na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Goiás e na Ouvidoria da Secretaria de Segurança Pública do estado, também chegaram seis denúncias que podem colocar mais PMs na cadeia.Os casos que alcançam os órgãos públicos são reflexos das prisões dos 19 policiais militares detidos no último dia 15 pela PF, entre eles o ex-subcomandante da corporação coronel Carlos Cézar Macário, exonerado um dia depois da operação (leia Memória). Eles são suspeitos de integrar um grupo de extermínio que atuava no Entorno e em Goiânia (GO). De acordo com as investigações, o esquadrão da morte pode ter feito mais de 40 vítimas nos últimos 10 anos. Outras 300 morreram em supostos confrontos com os agentes públicos. Há ainda 21 desaparecidas.
O ouvidor-geral do Sistema Prisional de Goiás, Oto Glória Filemon, afirmou que as pessoas estão mais encorajadas a dizer o que sabem depois da operação, mas acredita que o número deve ser bem mais expressivo quando o Judiciário negar os pedidos de habeas corpus apresentados pelos advogados dos acusados. ;Quando a Justiça começar a negar liminares, mais nomes de policiais envolvidos em quadrilhas devem aparecer. Apesar de ser uma denúncia anônima, as pessoas ficam com medo de falar alguma coisa e, no outro dia, ver quem denunciou em liberdade;, explicou.
Correio