A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES) organizou um planejamento para a aplicação de fumacê em pelo menos 15 localidades do DF. Apesar de a medida ser considerada extrema, a Vigilância Ambiental garante ter o controle da doença. Os locais para aplicação do produto teriam sido escolhidos com base na incidência da doença.
O coordenador do Programa de Programa de Prevenção e Controle da Dengue, Ailton Domício, destaca o uso do inseticida na área de condomínios próxima a Santo Antônio do Descoberto, no Recanto das Emas, e no Arapoanga, em Planaltina. ;No ano passado, entre 30% e 40% dos casos de transmissão em Planaltina ocorreram lá;, explica. Ele diz que, nesses casos, não somente as transmissões de dengue influenciaram a escolha, mas também o alto número de casos suspeitos de 2010.
O gerente dos Núcleos da Vigilância Ambiental, Raimundo Andrade, cita outros locais por onde os carros de fumacê passaram . ;Hoje eles estiveram em pontos do Vale do Amanhecer, do Lago Sul, de Taguatinga Norte e do Paranoá.; Outros lugares que receberam a aplicação do insetifica ficam em Ceilândia Sul, na Vila Buriti IV, em Samambaia, na Asa Sul, no Guará I, no Lúcio Costa, em São Sebastião e em Santa Maria.
De acordo com Raimundo, sete carros operam paralelamente durante as cinco semanas em que o inseticida é borrifado. ;Principalmente, essas cidades notificaram casos de transmissão de dengue;, informa. O coordenador Ailton explica, porém, que a indicação de uso do fumacê é restrita. ;Não é preventivo, é combate;, afirma. Além disso, ele esclarece que a aplicação deve ser evitada em áreas rurais, por trazer danos ao meio ambiente.
[SAIBAMAIS]Raimundo destaca que a ação, que começou há quatro semanas, terá mais um período para obedecer os ciclos do vetor. Segundo ele, o inseticida atinge apenas o mosquito adulto e voando e, por isso, optou-se pela aplicação em repetidas ocasiões. ;Pressupomos que o veneno não seja 100% efetivo em um único uso. Tambem temos que considerar as larvas que ainda vão eclodir;, explica.
Ailton garante que as aplicações não oferecem risco para a população, porque não acontecem de forma indiscriminada. Outra razão para o uso de fumacê em casos específicos é que há baixa variedade de inseticidas e a possibilidade do mosquito ficar resistente. O trabalho, segundo o coordenador, é acompanhado de orientação prévia, para que a população abra as portas e janelas de suas residências.
Sob controle
Em relação às incidências desse ano, o coordenador do Programa de Prevenção e Controle da Dengue garante não haver necessidade para preocupação. ;A doença está mesmo sob controle. Os casos confirmados até agora são poucos e aconteceram em locais distantes uns dos outros;, explica.
Segundo a assessoria da SES, o novo informe com dados sobre casos suspeitos e confirmados deve sair apenas na próxima semana. De acordo com o último boletim, divulgado no dia 16 de fevereiro, o DF registrou 542 notificações, com 77 casos confirmados, 79 descartados e 386 sob investigação.