Luiz Calcagno
postado em 26/02/2011 08:00
Um acidente grave com um ônibus que seguia de Uberaba (MG) para Brasília com 42 pessoas deixou 27 feridos. O veículo capotou na altura do km 56 da BR-050, entre as mineiras Uberlândia e Araguari, próximo à ponte do Rio Araguari, por volta da 0h de ontem. O coletivo derrapou em uma curva fechada. Chovia na hora e, de acordo com testemunhas, o motorista seguia a pelo menos 70km/h. Para socorrer as vítimas, o Corpo de Bombeiros precisou de 10 ambulâncias, sete veículos de apoio e cerca de 40 homens. Entre as vítimas, uma pessoa teve o braço esquerdo amputado, outra perdeu os dois membros superiores e pelo menos 11 pessoas sofreram traumatismo craniano.
Crianças também estavam entre os feridos. Os bombeiros levaram 21 pessoas para o Hospital de Clínicas de Uberlândia (HCU). As demais, com escoriações, foram encaminhadas para Unidades de Atendimento Intensivo (UAI) da cidade. Até o fim da tarde de ontem, dos pacientes encaminhados ao HCU, seis haviam recebido alta, nove seguiam estáveis, as duas vítimas que sofreram amputação de membros permaneciam em estado grave e outros quatro passavam por cirurgia.
Motoristas que presenciaram o acidente acionaram os bombeiros e também prestaram socorro. Depois de organizar as vítimas no local, por gravidade dos ferimentos, e encaminhá-las às unidades de saúde, socorristas pediram ajuda a um cinegrafista de uma emissora de Uberlândia para iluminar o interior do veículo. A intenção era se certificar de que não havia mais vítimas inconscientes dentro do ônibus. No local, pertences ficaram espalhados e a maioria dos bancos estavam ensaguentados. As vítimas que, na hora da capotagem, utilizavam o cinto de segurança, foram as que menos se feriram.
Segundo o comandante do 5; Batalhão de Bombeiros Militar de Uberlândia, Felipe Aidar, o socorro foi complicado, devido ao grande número de feridos. Os bombeiros tiveram que agir rápido. Aidar relatou que, provavelmente, as vítimas que perderam os braços deviam estar com os membros para fora da janela. ;Pelo que vimos, na hora que o veículo virou, eles colocaram o braço para fora da janela. Muita gente teve traumatismo craniano porque foi jogada de um lado para outro dentro do veículo. Havia famílias e crianças dentre os feridos. Quando chegamos ao ônibus, a primeira coisa que fizemos foi estabilizar as vítimas e leva-las para o hospital e para os UAIs;, contou.
Curva perigosa
O trecho onde ocorreu o acidente é perigoso. A curva é muito fechada e exige atenção redobrada de motoristas, principalmente de veículos grandes como ônibus e caminhões, segundo o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Wagner Pereira Pinto. Além disso, de acordo com ele, os acidentes na curva ocorrem com frequência e ;geralmente são graves;. O asfalto, por outro lado, é novo e o local é bem sinalizado. ;Lá há muitos acidentes. Ontem tinha chovido e a pista estava molhada. O trecho foi reformado recentemente e tem, inclusive, sonorizadores para alertar o motorista. No entanto, não posso afirmar se foi imprudência;, disse.
No ônibus estavam passageiros de Minas Gerais e do Distrito Federal. Parte dos familiares foram, na manhã de ontem, para o HCU para procurar informações sobre os parentes. A Real Expresso, por meio do diretor, Claudio Flor, informou que o acidente não ocorreu por falha mecânica e que o ônibus teria apenas um ano de uso. Ele também disse que a Real prestará apoio aos feridos e aos familiares das vítimas. ;Estamos oferecendo esse apoio a todos os familiares, tanto os de Minas quanto os do DF. Felizmente, ninguém morreu;, aifirmou Claudio. O número da Real Expresso disponível para informações é o 2106-7100.