Cidades

Folia e Dia Internacional da Mulher servem para conscientizar sobre a Aids

Este ano, a campanha aproveita as comemorações do Dia Internacional da Mulher, que cairá na quarta-feira de cinzas, para dar destaque ao universo feminino no seu enredo. A escolha é parte da estratégia para conter o avanço da doença entre as jovens

postado em 02/03/2011 07:00
Um dos feriados mais aguardados no Brasil, o carnaval é sinônimo de festa e casualidade. Justamente por isso, todos os anos o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais lançam campanhas de alerta e prevenção ao HIV e às doenças sexualmente transmissíveis aos foliões. No ano em que a festa pagã conquista as ruas ao mesmo tempo em que se comemora o Dia Internacional da Mulher ; em 8 de março ; a campanha quer atrair justamente a atenção das homenageadas. Em especial, daquelas com idade entre 15 e 24 anos, com menor escolaridade e renda. O motivo: a infecção pelo HIV em mulheres, principalmente nessa faixa etária, está em constante crescimento, segundo os últimos dados do governo federal.

De acordo com o Ministério da Saúde, apesar de os homens ainda concentrarem, no geral, maior número de casos de contaminação, a diferença entre os gêneros diminui conforme a idade do grupo aumenta. Em 1989, no país, a razão de sexos (o número de casos em homens dividido pelo número de mulheres infectadas) era de cerca de seis entre os indivíduos masculinos para cada um no universo feminino. Em 2009, a estatística chegou a 1,6 caso em homens para um nas mulheres.

A situação do DF segue a tendência do cenário nacional. Em 1987, a razão de sexos no DF era de cerca de oito casos em homens para um no sexo feminino. A proporção teve quedas sucessivas até 2001, quando chegou a 1,9 casos em homens para cada 1 em mulheres. Entre 2003 e 2005, a razão apresentou ligeira elevação, chegando a 2,2/1 em 2005, caiu em 2006 (1,9/1) e voltou a subir em 2007 (2,5/1), 2008(2,7/1) e 2009 (2,9/1).

A preocupação com o público jovem é justificada pelos indicadores oferecidos pelas estatísticas na faixa etária de 15 a 19 anos de idade. A partir de 1997, para cada caso de Aids em adolescentes do sexo masculino, ocorreu um caso no sexo feminino. Em 1998 e em 2003, no entanto, ocorreram mais casos de Aids em meninas do que em meninos. Dados nacionais revelaram que entre os jovens de 13 a 19 anos, a Aids afeta mais o sexo feminino: para cada oito meninos com a doença, existem 10 meninas infectadas.

Para a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), focar os trabalhos em mulheres jovens faz parte do processo de contenção dos avanços do HIV a longo prazo. ;É preciso considerar o tempo em que a doença é assintomática. Uma pessoa que foi diagnosticada HIV positivo aos 30 anos provavelmente contraiu o vírus cerca de oito, 10 anos antes;, explica a diretora de Vigilância Epidemiológica da secretaria, Sônia Geraldes.

Casos da doença
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No Distrito Federal, desde a identificação do primeiro caso de Aids, em 1985, até outubro de 2010, já foram identificados 6.803 casos da doença. A incidência, no período de 1999 a 2008, mantém-se em torno de 18 casos por 100 mil habitantes. Em 2008 e 2009, a incidência foi de 12,3 casos para o mesmo grupo. Com relação às taxas de incidência, segundo sexo e faixa etária, em ambos os sexos, as maiores taxas estão na faixa etária de 30 a 49 anos. A transmissão sexual é ainda a principal categoria de exposição. Entre homens há predomínio da categoria de exposição de homens que fazem sexo com homens. Entre as mulheres, a exposição sexual é a principal forma de disseminação do vírus.

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