postado em 03/03/2011 15:39
A Operação Passe Livre da Polícia Federal, que investiga fraudes na emissão de carteirinhas do programa do governo federal cumpriu, na quarta-feira (2/3), sete mandados de busca e apreensão na casa de um ex-estagiário e de um servidor do Ministério dos Transportes e, ainda, de pessoas beneficiadas pelo esquema. A dupla é acusada de falsificar mais de 100 carteirinhas do Passe Livre - programa federal que garante acesso gratuito ao transporte coletivo interestadual e semi-urbano para pessoas com deficiência. Outros envolvidos no crime são investigados.A quadrilha especializada na fraude atuava no Distrito Federal e no Entorno. Os principais alvos eram pessoas de baixo nível de instrução que chegavam a pagar entre R$ 300 e R$ 1,5 mil para a confecção das carteirinhas falsas. Segundo a investigação da PF, o esquema começava pela falsificação de atestados médicos para comprovar deficiências. Com os atestados, os beneficiados apresentavam os documentos ao Ministério dos Transportes e recebiam credenciais emitidas pelo próprio órgão.
A polícia identificou o chefe da quadrilha, o ex-estagiário do ministério, locado no Programa Passe Livre, que era responsável pela impressão das carteirinhas. Antes de deixar o programa, o jovem subtraiu dezenas de credenciais em branco, todas autenticadas, expedidas pela Casa da Moeda do Brasil. Com os documentos, ele formou uma rede de aliciadores, dentre eles, um outro servidor do órgão.
Os nomes dos dois acusados de chefiar a quadrilha não foram divulgados. Eles e algumas das pessoas beneficiadas foram ouvidas pelos investigadores da PF, mas não foram presos. De acordo com a polícia, as pessoas que compraram as carteirinhas irregulares responderão por uso de documento falso. Segundo a polícia, os mentores do crime serão acusados de formação de quadrilha, falsidade ideológica e falsificação de documento público.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério dos Trabalhos, o órgão preferiu não se pronunciar sobre o caso.
Programa
O Passe Livre é um programa do governo federal que garante gratuidade nas passagens do transporte coletivo interestadual feitos por ônibus, trem ou barco e do transporte interestadual semi-urbano para pessoas com deficiências mentais, físicas, auditivas, visual e de com renda mensal, por pessoa, de até um salário mínimo. No Distrito Federal, o serviço é utilizado principalmente por moradores do Entorno.