Cidades

Presidentes da Câmara e da OAB-DF defendem fim da delação premiada a Durval

postado em 10/03/2011 13:23

Marco Maia, após encontro com Caputo: 'O princípio da delação pressupõe que todas as informações a respeito do processo venham à tona de uma só vez'O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, defendeu a suspensão do benefício da delação premiada para o ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa. A discussão foi levantada nesta quinta-feira (10/3) em reunião com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Distrito Federal, Francisco Caputo.

;Temos que cogitar que seja cassada essa condição de delação premiada do Durval porque as fitas vão sendo divulgadas de forma aleatória. E o princípio da delação pressupõe que todas as informações a respeito do processo venham à tona de uma só vez;, argumentou Maia, ao se referir às imagens divulgadas na última sexta-feira (4/3), em que a deputada federal (PMN) Jaqueline Roriz aparece recebendo R$ 50 mil de Durval. O caso aconteceu em 2006, quando Jaqueline era candidata a deputada distrital.

De acordo com o presidente da Câmara, pode haver mais de 200 fitas gravadas por Durval, e a maior parte delas ainda não foi divulgada. ;Há a expectativa de que existam mais de 200 fitas de vídeo e que essa (em que a deputada Jaqueline Roriz (PMN) aparece recebendo dinheiro) seja a 31; divulgada. É necessário avançar no sentido de garantir à sociedade brasileira o conjunto das informações sobre esse processo;, ressaltou.

A ideia foi apoiada por Caputo. ;Não é razoável que um delator, que tem a obrigação de entregar todas as provas e dizer toda a verdade, use o benefício (da delação premiada) de acordo com as suas conveniências pessoais e não segundo os interesses da sociedade;, disse.

Investigação

A reunião, de aproximadamente uma hora, aconteceu no gabinete da Presidência da Câmara. Francisco Caputo reiterou ainda o pedido para que o caso envolvendo Jaqueline seja apurado pela Casa. Tanto ele quanto Maia acreditam que existem indícios suficientes para a deputada ser investigada, mas ainda é preciso aguardar as informações do Ministério Público.

Marco Maia explicou também que o Conselho de Ética da Câmara vai trabalhar sob o ponto de vista de que o caso foi divulgado depois de Jaqueline ter sido eleita deputada federal. Por isso, a situação dela seria diferente de outros deputados envolvidos em esquemas de mensalão. O caso deles foi revelado antes das eleições e não teria nenhuma influência nas urnas. O que não acontece com Jaqueline, que foi eleita primeiro e só depois o vídeo apareceu.

Com informações da Agência Brasil

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