Naira Trindade
postado em 12/03/2011 07:00
Alterações na gestão de algumas vias do Distrito Federal estão provocando a remoção de barreiras eletrônicas. Pistas que antes eram de responsabilidade do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) perderam radares que flagravam motoristas avançando semáforos ao passarem, em outubro do ano passado, a ser monitoradas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Em contrapartida, outras receberão equipamentos com base em estudos técnicos. A fixação de novos sensores não tem prazo definido, mas a retirada dos antigos já foi concluída em determinados pontos.Os motoristas que circulam pelas estradas parque Indústrias Gráficas (Epig) e Armazenagem e Abastecimento (EPAA) já começaram a perceber as modificações. Dos quatro controladores de velocidade instalados na Epig ; que agora será batizada de DF-011 ; , os dois equipamentos que monitoravam o principal cruzamento da via foram retirados. Outros dois continuam instalados, agora aos cuidados do Departamento de Estrada de Rodagem. Na EPAA, as duas barreiras eletrônicas existentes ao longo da pista estão desativadas e devem permanecer assim até que o DER conclua o processo de escolha da empresa responsável pela instalação. Outros quatro pardais seguem funcionando porque os contratos foram transferidos.
Diretor de segurança do Detran, José lima Simões explica que as mudanças não prejudicarão os condutores. ;É apenas uma questão de readaptação das vias;, simplificou. ;Agora, está sendo feito um estudo técnico para remanejar os radares retirados desses pontos. Uma das vias que já detectamos necessidade de controlar a velocidade é na alça da Ponte JK, próximo ao viaduto;, adianta Simões, que pretende instalar um pardal lá.
A superintendência de trânsito do Departamento de Estradas de Rodagem informou, por meio da assessoria de imprensa, que elabora estudos para averiguar se os pontos agora sob responsabilidade do órgão deverão ser fiscalizados. Não há previsão, porém, para as novas instalações. As duas rodovias foram transformadas em DFs em outubro de 2010. O mesmo ocorreu em 2008, quando a Avenida da Nações (L4) passou a ser administrada pelo DER.
Prova
A professora da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eva Vider, uma das maiores especialistas na área de transporte urbano do país, destacou ao Correio a importância dos dispositivos para aumentar a segurança nas vias. ;O sensor eletrônico com foto é uma prova de que o condutor infringiu a lei de trânsito, já que a imagem vem na notificação. Todos os semáforos deveriam ter pardais. Dessa forma, nós, motoristas, teremos mais cuidado;, acredita.
Segundo a professora, o número de multas não para de crescer porque o valor dessas infrações é inferior ao que deveria ser cobrado. ;Os condutores preferem pagar a multa a perder um compromisso;, explica Eva Vider. Somente no ano passado, 1,5 milhão de notificações foram aplicadas aos motoristas que avançaram o sinal vermelho, pararam sobre faixas de pedestre e excederam a velocidade nas vias urbanas. Tais infrações foram flagradas por agentes de trânsito e pela fiscalização eletrônica. Apenas no caso de avanço de sinal, o total de casos registrados em 2010 foi de 239.049.
De acordo com o Código Brasileiros de Trânsito, a penalidade prevista para os motoristas flagrados pelo Detran estacionados sobre faixas de pedestre é média. O infrator recebe quatro pontos na carteira de habilitação e é obrigado a pagar multa de R$ 85,13. Os condutores que avançam o sinal vermelho são punidos com sete pontos e a multa é de R$ 191,54. Já para quem ultrapassa a velocidade máxima da via, há três possibilidades de punição. Se o excedente ultrapassar 20% do limite, a infração é média. Na faixa entre 21% e 50%, a punição é grave. Para aqueles que trafegavam com velocidade acima de 50%, a penalidade é gravíssima, com sanção no valor de R$ 574,62.