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Rentabilidade do aluguel é menor que da poupança, mas compra no DF compensa

Embora a rentabilidade anual alcançada com a locação seja inferior à da poupança, adquirir imóveis ainda é um excelente negócio no DF. Para quem busca resultado a curto prazo, as aplicações em renda fixa oferecem baixo risco e se colocam como a melhor opção

postado em 18/03/2011 07:00
Embora a rentabilidade anual alcançada com a locação seja inferior à da poupança, adquirir imóveis ainda é um excelente negócio no DF. Para quem busca resultado a curto prazo, as aplicações em renda fixa oferecem baixo risco e se colocam como a melhor opçãoEnquanto o preço de venda para lojas e apartamentos valoriza cerca de 20% ao ano, as taxas cobradas de inquilinos crescem em um ritmo bem menos acelerado, e os lucros dos locatários são modestos frente àqueles de quem comercializa unidades habitacionais e comerciais. É convencionado entre quem aluga imóveis para terceiros que um bom percentual de retorno desse tipo de investimento deve ficar entre 0,6% e 0,8% do preço total do bem ao mês, o equivalente a entre 7,2% e9,6% ao ano. Porém, dados do Boletim de Conjuntura Imobiliária ; Janeiro de 2011, divulgados pelo Sindicato da Habitação do Distrito Federal (Secovi-DF), mostram que a rentabilidade mais alta do DF, registrada em Águas Claras, não supera 0,4% ao mês, ou 5,64% ao ano (veja quadro). Os valores são menores do que o rendimento da poupança, cujo lucro anual costuma ficar entre 6% e 7%. Apesar disso, adquirir imóveis como forma de investimento continua valendo a pena, desde que quem compre foque na lucratividade a médio prazo.

Como o retorno do aluguel é pequeno, o atrativo em ter um imóvel continua sendo a valorização alta e estável do preço de venda que a cidade oferece. ;É isso que faz o mercado se aquecer, esta certeza de lucratividade com o passar do tempo. Em Brasília não se ganha com aluguel, por isso, se o valor for alto ou baixo não faz muita diferença. A depreciação aqui é imperceptível, e ter alguém dentro do imóvel também diminui o desgaste causado pelo tempo;, afirma o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomercio), Miguel Setembrino, que já foi presidente do Secovi-DF.

O presidente da Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), Adalberto Valadão, faz análise semelhante à de Setembrino. ;Qualquer pessoa que compra um imóvel para alugar está se colocando como um investidora. Ela tem que fazer a análise da receita que entra para ele a título de aluguel e da valorização do imóvel no mercado. São duas componentes. Nessas condições, mesmo com o retorno sendo muito pequeno para quem loca, um ou dois anos depois ela terá um patrimônio cujo valor cresceu, além do que recebeu do locatário;, avalia.

Valadão destaca, no entanto, que o rendimento no mercado imobiliário vem em um prazo maior, e que os investidores que desejam liquidez ; ou seja, dinheiro rapidamente resgatado ; podem optar pela poupança e por outras aplicações de renda fixa e baixo risco.

O presidente do Secovi-DF, Carlos Hiram Bentes David, reconhece que os aluguéis no DF dão um retorno baixo. De acordo com ele, por esse motivo, muitas vezes, ;o aumento é a forma de recuperar as perdas com a inflação;.

Para o economista Roberto Piscitelli, professor da Universidade de Brasília (UnB), o descolamento, no DF, entre o preço de comercialização dos imóveis e a lucratividade trazida pela locação é motivo para que o segmento fique alerta. ;Compra e venda estão tão altas que fica absolutamente incompatível com o que se pode obter alugando. Os preços dos imóveis estão inflados, e isso exige atenção;, alerta.

Piscitelli diz que Brasília vivencia um momento em que comprar imóveis para alugar deixou de significar segurança e estabilidade. Como a capital federal é atípica em muitos traços de sua dinâmica econômica, aqui, isso estaria ocorrendo em maior grau do que em outros grandes centros do país, onde a construção civil também está aquecida. ;Antigamente, comprar uma casinha e colocar para locação servia como fonte de renda para a família, e era algo que durava por muitos anos. Hoje, estamos vendo uma mudança dessa concepção.;

Aplicação
Renda fixa é o lucro a partir de um investimento que ocorre constantemente e periodicamente. São aqueles cuja rentabilidade o investidor conhece previamente, sendo a taxa de retorno da aplicação acertada previamente, no momento da aplicação. Podemos citar como investimento em renda fixa a caderneta de poupança, o Certificado de Depósito Bancário (CDB), as letras de câmbio e as hipotecárias, e os títulos públicos. Por serem aplicações de baixo risco, têm um rendimento inferior àquelas em que o investidor pode perder o dinheiro investido, como, a compra de ações na bolsa de valores.

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