postado em 22/03/2011 07:15
Mesmo com todas as garantias de que o semestre letivo no câmpus do Gama da Universidade de Brasília (UnB) começaria normalmente, ontem à tarde os alunos não tiveram aula, situação que deve permanecer pelo menos até amanhã. A entrega do novo prédio, prevista para ontem, não ocorreu e foi prorrogada para 21 de abril, aniversário de Brasília. O dia foi de reuniões, inclusive com a presença do reitor, José Geraldo de Sousa Junior. Os alunos reclamam da falta de planejamento e temem ter que passar outro semestre em prédios inadequados. Para eles, a solução poderia ter sido pensada antes do início do semestre letivo. O câmpus do Gama tem 1,2 mil alunos e é sede do curso de engenharia da UnB, nas especialidades automotiva, eletrônica, energia e software.
Até o ano passado, as aulas ocorriam em prédios alugados no Serviço Social do Comércio (Sesc) e no antigo fórum da cidade. Parte do contrato com o Sesc venceu no fim de janeiro, e o câmpus perdeu um andar do edifício. As obras do novo prédio estão muito atrasadas. Nem todos os banheiros ficaram prontos. A entrada também não foi finalizada. O acesso ao câmpus é difícil e não há estacionamento. De fora do prédio, a imagem é de um canteiro de obras. O espaço de estudos dos alunos do câmpus do Gama, de tão improvisado, ganhou o apelido de chiqueirinho. ;A iluminação é zero. Tem goteira quando chove e fica muito quente quando não chove. No meio do semestre, quando todo mundo traz computador, só tem um interruptor. Neste câmpus, aliás, só quem chega primeiro consegue lugar pra estudar;, aponta o estudante Paulo Vinícius, do 3; semestre.
Segundo os alunos, até a última sexta-feira as grades horárias estavam fechadas. Ontem, porém, teriam sido canceladas para que o remanejamento de horários e locais das aulas pudesse ser feito. A nova grade será definida apenas amanhã. Lucas Lopes, estudante do 5; semestre, afirma que essa indefinição está angustiando os alunos. O coordenador do câmpus do Gama, Alessandro Borges, afirmou que a inauguração do prédio ainda pode levar seis semanas, mas que os problemas serão resolvidos. ;Amanhã (hoje) e quarta não haverá aula, mas continuaremos tentando normalizar a situação.;
;A revolta é que até sexta ninguém sabia se ia ter aula. Agora, ninguém sabe onde vão ser as aulas.; Renan Felipe Oliveira, 21 anos, está no 3; semestre e sente falta de laboratórios estruturados. ;A gente só tem a base teórica, porque não há laboratório. A prática fica a desejar;, diz. Igor Fonseca, 23, aluno do 5; semestre de engenharia automotiva, também tem queixas. ;O espaço físico é pequeno. A qualidade do ensino cai. Aqui não tem a mínima condição;, desabafa.