Adriana Bernardes
postado em 22/03/2011 10:51
Policiais militares prenderam na madrugada desta terça-feira (22/3) Solon dos Santos Brito, de 41 anos, acusado de matar Jodelvânio Ribeiro de Oliveira, 36, e jogar o corpo em uma vala em Santo Antônio do Descoberto (GO). A prisão aconteceu por volta da meia-noite na casa de um sobrinho do acusado, na QNO 6 conjunto I de Ceilândia. O caso foi registrado na 24; Delegacia de Polícia (Ceilândia).[SAIBAMAIS]O acusado estava no Distrito Federal há dois meses. Natural de Teixeira (PB), ele trabalhava como pedreiro nas obras do programa Minha Casa, Minha Vida na cidade goiana. A passagem de volta para o Nordeste já estava comprada, com horário marcado para as 14h desta terça-feira (22).
Na delegacia, Solon confessou o crime e disse ter "perdido a cabeça". Ele contou que estava sendo extorquido por usuários de droga da região. "Todo dia eu tinha que dar 10, 15, às vezes 30 reais [para os traficantes] pra poder trabalhar em paz", relatou. O pedreiro teria denunciado as ameaças ao Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) de Santo Antônio do Descoberto, mas a ocorrência não teria sido lavrada por falta de provas.
Momento de fúria
Jodelvânio teria voltado a extorquir Solon no fim da semana pela última vez, quando foi atingido com seis pauladas na cabeça. "Quando vi que ele tinha morrido, me apavorei", diz o assassino confesso. Solon não teme uma possível condenação da Justiça: "Preciso pagar pelo que fiz".
Segundo o delegado-chefe da 24; DP, Marcelo Zago, o preso será indiciado pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver - este, em flagrante. A investigação do primeiro crime será realizada pela Polícia de Goiás, e pode se converter em homicídio qualificado pelo emprego de meio cruel. Neste caso, a pena varia de 12 a 30 anos. Já a condenação por ocultação de cadáver resulta em um a três anos de detenção. Na análise de Zago, o pedreiro "não é um criminoso contumaz".
O corpo da vítima Jodelvânio Ribeiro de Oliveira, 36 anos, foi localizado no domingo (20/3), em uma ação conjunta do Corpo de Bombeiros e das polícias Militar e Civil. O cadáver estava em uma fossa de dois metros de profundidade em uma casa da quadra 76 do Jardim Ana Beatriz II. A residência estava vazia, pois ainda não havia sido entregue. Solon foi encaminhado à carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), onde deve aguardar julgamento.