Cidades

Delação de Durval na Caixa de Pandora entra na pauta da Câmara Federal

Adriana Bernardes
postado em 24/03/2011 07:00
A Operação Caixa de Pandora será tema de discussão na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados. Fernando Francischini (PSDB-PR) quer ouvir o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e a subprocuradora da República Raquel Dodge. Na sessão de ontem, foi aprovado o convite para que eles falem sobre o instituto da delação premiada. A comissão avalia a reforma na lei que trata do assunto.

Segundo Francischini, o Ministério Público pode contribuir com as discussões sobre a norma, principalmente, devido à experiência com Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do DF e principal delator do suposto esquema de corrupção no DF. ;O próprio procurador-geral da República tem falado sobre os excessos cometidos por Durval;, diz o deputado. Para ele, é preciso passar a limpo os acordos entre criminosos e a Justiça para a colaboração em investigações em troca de redução de pena. ;Não se pode transformar isso em chantagem premiada, como acontece no Distrito Federal;, afirma Francischini.

Denúncia
Recentemente, Gurgel admitiu a demora para a oferta da denúncia contra os citados no inquérito da Caixa de Pandora e atribuiu a responsabilidade à Polícia Federal que, segundo o procurador, não teria concluído as perícias. Dias depois, a PF divulgou nota informando não haver qualquer pendência em relação aos laudos pedidos pelo Ministério Público.

Bandarra e Guerner serão julgados em abril

O relator do caso do ex-procurador-geral de Justiça do Distrito Federal Leonardo Bandarra e da promotora Deborah Guerner no Conselho Nacional do Ministério Público, conselheiro Luiz Moreira, marcou o julgamento de ambos para 6 de abril. Os dois promotores foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) como integrantes do suposto esquema de corrupção relatado por Durval Barbosa na investigação da Operação Caixa de Pandora. Durval afirmou que Bandarra e Deborah recebiam pagamentos em troca de informações estratégicas de operações do MP e também exigiam dinheiro do ex-governador José Roberto Arruda para que ele tivesse acesso ao que ocorria na instituição.

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