postado em 30/03/2011 10:40
O Açougue Cultural T-Bone, coordenador do projeto que disponibiliza livros nas paradas de ônibus da Asa Norte, procura por informações que possam levar a um carroceiro, acusado de roubar os exemplares das paradas de ônibus e revendê-los por quilo, nas cooperativas de reciclagem.De acordo com o gerente administrativo do T-Bone, Renato Alencar, as publicações começaram a desaparecer há cerca de 15 dias. O homem furtava sempre as mesmas paradas, localizadas na L2 ou Eixinho Norte. "Ele vinha e pegava tudo, levava todos os livros da parada e depois revendia por quilo de papel. No começo, nós recebemos muitas ligações da população, denunciando esse carroceiro, mas quando íamos ao local ele não estava mais lá. Até visitamos o assentamento deles, próximo à UnB, com policiais daqui da Asa Norte, acho que serviu para intimidá-los", alega Renato Alencar.
A denúncia do desaparecimento dos livros partiu dos próprios usuários do transporte público e dos vendedores ambulantes das paradas de ônibus. Eles informaram à gerência do Açougue Cultural e aos policiais que o homem tinha um horário preferencial para furtar os exemplares: geralmente nas primeiras horas da manhã ou nas últimas horas da noite, devido à baixa movimentação de pessoas.
Cartazes com informações sobre os roubos foram espalhados pelas paradas de ônibus da Asa Norte. O Açougue Cultural pede para que qualquer pessoa que tenha informações sobre o carroceiro que têm roubado os livros ligue para o número 3963-2069 ou para a Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade) da Polícia Militar.
O T-Bone ainda não registrou ocorrência nas delegacias de Polícia Civil, pois espera reunir informações suficientes antes de entregá-las aos investigadores.
Parada Cultural
O projeto funciona como uma biblioteca popular, que disponibiliza mais de sete mil exemplares nos pontos de ônibus da Asa Norte. Qualquer pessoa pode pegar um desses livros e levá-lo para casa até terminar de ler. Depois de lido, o exemplar deve ser devolvido em qualquer uma das paradas atendidas pelo projeto.
A princípio, o livro só poderia ser pego na sede do açougue, mas, como a Vigilância Sanitária se posicionou contra a combinação de carnes e livros, eles foram colocados em uma estante do lado de fora. O grande volume de doações fez com que as estantes não comportassem mais tantas publicações, e foi assim que o projeto ganhou as paradas de ônibus; primeiro da W3, depois, para toda a Asa Norte.