postado em 30/03/2011 20:10
O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda prestou depoimento, na tarde desta quarta-feira (30/3), sobre suposta dispensa ilegal de licitação no transporte público. O interrogatório, na Divisão Especial de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap), durou cerca de duas horas.
Segundo o delegado-chefe da Decap, Flamarion Vidal, Arruda negou as acusações. O ex-governador, juntamente com o ex-secretário de Transportes Alberto Fraga e o ex-diretor do DFTrans Paulo Henriue Munhoz, foi indiciado pelo crime de dispensa ilegal de licitação, previsto no artigo 89 da lei 8.666.
Fraga e Munhoz também prestarão depoimento na Decap. Mas, segundo Vidal, ainda não há data marcada para os dois interrogatórios.
[SAIBAMAIS]Entenda o caso
No início de março, a Decap deflagrou a Operação Drakkar, que investiga a existência de quase mil ônibus irregulares no Sistema de Transporte Público do DF. Cerca de 20 agentes cumpriram mandado de busca e apreensão no posto de atendimento da Fácil, no Setor de Diversão Sul (Conic). Um dia após a apreensão de documentos, computadores e hardwares, os delegados Flamarion Vidal e Luiz Fonseca concederam uma entrevista coletiva sobre as irregularidades na empresa e aunciaram o indiciamento de Arruda, Fraga e Munhoz.
Os três são acusados de inchar o sistema de transporte coletivo da capital federal com 975 ônibus sem licitação. Os veículos foram incluídos no sistema a partir de 2007, quando o governo iniciou o programa de renovação da frota, e teria sido montado em reuniões da residência oficial de Águas Claras com a presença dos três e dos empresários do setor.
De acordo com a polícia, o então governador obrigou as empresas a renovar a frota e, ao mesmo tempo, manter os ônibus velhos rodando, sob ameaça de permitir o retorno das vans ao sistema e fazer licitação. Os veículos velhos foram cadastrado no DFTrans sob a condição de excepcionais, mas a polícia investiga a existência de pelo menos outros 400 carros piratas. A investigação começou em novembro de 2009, com a denúncia de um cooperado.
Colaborou Adriana Bernardes