A polícia diz ter pelo menos três suspeitos de violentar e matar a estudante Juliete Lima de Oliveira, 17 anos, moradora do Jardim Brasília Sul, bairro de Luziânia (GO). Parentes encontraram o corpo da adolescente na madrugada de sexta-feira, em um matagal às margens da BR-040, a menos de dois quilômetros de casa. Dois dos homens detidos ontem também são suspeitos de tentar abusar sexualmente de outras duas meninas, de 13 e 16 anos. O crime ocorreu quinta-feira última, por volta das 12h40, no mesmo bairro onde Juliete morava. Uma das duas vítimas também seria colega de escola da garota morta.
Os suspeitos foram abordados por policiais no meio da rua, no Parque Estrela Dalva 3, no início da tarde de ontem e conduzidos ao Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops). Em seguida, parentes de Juliete souberam da notícia e se concentraram em frente à unidade policial, na tentativa de ver os acusados. Um dos homens seria conhecido de familiares da jovem e teria histórico de uso de drogas. Ao Correio, eles negaram qualquer envolvimento com a morte de Juliete. Afirmaram que, se necessário, farão o exame de DNA para provar a inocência. Parentes da jovem também foram ouvidos por policiais. Até o fechamento desta edição, os dois homens ainda aguardavam para prestar depoimento.
O coronel Wellington Reis, da Polícia Militar de Goiás, acredita no envolvimento da dupla na morte de Juliete. ;São dois fatos distintos. Eles foram conduzidos ao Ciops por tentar abusar de duas meninas. Mas como as vítimas tinham idades próximas à da jovem assassinada e moravam as três no mesmo bairro, fizemos essa conexão. O fato é que a dupla abordou as adolescentes por volta de 12h40. Agora, terão que explicar o que fizeram entre 11h30 e esse horário;, disse o coronel. O outro suspeito foi interrogado no início da manhã, mas liberado em seguida. Ele teria sido apontado por moradores e surpreendido por policiais militares rondando o local do crime.
Casos parecidos
Por enquanto, a polícia está focada na morte de Juliete. Pouco se sabe sobre o assassinato do adolescente Clelton da Silva Oliveira, 15 anos, que também teve o pescoço cortado. Ele foi encontrado às 6h30 de quinta-feira em um matagal próximo ao Fórum de Luziânia. Além do corte na garganta, as duas mortes têm em comum a proximidade das idades das vítimas e o fato de ambas estudarem no Colégio Estadual Professor Antônio Março de Araújo. Inicialmente, a Polícia Civil prefere não ligar os crimes porque, diferentemente de Juliete, o rapaz tinha uma vida conturbada e era usuário de drogas.
[SAIBAMAIS]O caso de Juliete também se assemelha ao de outra adolescente que morou no mesmo bairro que a garota e estudava no mesmo colégio. Thais Martins de Almeida, 15 anos, foi morta há pouco mais de quatro anos, no mesmo local. Também sofreu violência sexual e os ferimentos eram semelhantes. Na época, a polícia chegou a prender um suspeito, que acabou solto por falta de provas e morto em seguida. O crime ficou sem solução. ;A história se repetiu. Agora, tenho esperança que descubram quem matou Juliete. Quem sabe, assim, a morte da minha filha também seja esclarecida;, lamentou a mãe de Thais, a auxiliar de serviços gerais Simone Cristina Martins, 40.
Despedida
Familiares e amigos deram o último adeus à estudante Juliete, ontem. Mais de 100 pessoas acompanharam o cortejo, que seguiu da casa da garota ao cemitério Jardim da Consolação, onde Juliete foi enterrada às 11h. Em um dos momentos mais emocionantes, a mãe da jovem, a dona de casa Maria de Oliveira Lima, 51 anos, agradeceu o apoio à família. ;Muito obrigada. Sei que não tem mais volta. Deus te acompanhe, minha filha. Temos que rezar, pois moramos em um lugar de azar, onde os maus não têm punição, mas minha filha agora segue uma estrada sem espinhos;, desabou.
Assassinado no ginásio
Outro rapaz foi assassinado, em Luziânia. Anderson dos Santos Gomes, 20 anos, morreu após levar dois tiros em um ginásio de esportes do Setor Mandu II, sexta-feira. O crime foi registrado pelo pai da vítima na madrugada de ontem. O autor dos disparos seria colega da vítima. Os dois estavam na quadra de esportes e teriam discutido. O suposto autor do assassinato, conhecido como Chiquinho, saiu do ginásio e voltou armado. Ele deu dois tiros contra Anderson, que foi levado para o Hospital Regional de Luziânia, mas não resistiu aos ferimentos.