Cidades

Carne clandestina é apreendida na manhã deste domingo no Paranoá

Luiz Calcagno
postado em 03/04/2011 10:29
A Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) realizou uma operação na manhã deste domingo (3/4) em uma feira na Avenida Central do Paranoá. O comércio ao ar livre, embora tradicional na cidade, é irregular e diversos produtores rurais vendem verduras e carne, muitas vezes sem a refrigeração adequada para conservar os alimentos. Cerca de 30 homens entre fiscais da agência e policiais militares fizeram uma blitz no local por volta de 9h. Ainda assim, diversos ambulantes fugiram e apenas três pessoas foram autuadas.

Com a operação, o trânsito ficou tumultuado na avenida. O órgão declarou, por meio da assessoria de imprensa, que a intenção dos trabalhos é coibir o consumo de carne de origem desconhecida. De acordo com a Agefis, o produto vem de abatedouros ilegais no DF e Entorno que cortam o alimento sem as menores condições de higiene, o que põe em risco a saúde dos moradores da cidade. Somente no ano passado, a agência do governo apreendeu mais de 18 toneladas do material, que foi incinerado. Comerciantes flagrados não resistiram à apreensão, embora tenha havido algumas discussões.

Insatisfação
O produtor Paulo Roberto Tennacino, 66 anos, morador da cidade, conseguiu escapar dos agentes. Ele vende alho e contou que enfiou o material na bolsa quando viu os carros da Agefis. Paulo considerou a ação "uma hipocrisia". "O governo vem me falar de irregularidade? Se alguém passar mal porque comeu algum produto da feira, se for parar no hospital, vai morrer por causa do sistema público de saúde. Aqui eles só tiram o dinheiro de quem está trabalhando", protestou.

Para a dona de casa Maria Aparecida Martins, 50 NOA, que foi feira fazer compras e se frustrou, o governo deveria ser "mais amigável`". "Se está em área pública, é porque permitiram. Agora eles tinham que arrumar um lugar para os produtores. Além disso, se a operação é focada na carne, não deviam apreender as verduras, só mandar o pessoal para casa. As pessoas daqui ganham pouco. Eu duvido que alguém tenha morrido por consumir um produto da feira", reclamou.

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