Ana Maria Campos
postado em 06/04/2011 12:05
O relatório final do processo contra Leonardo Bandarra e Deborah Guerner no Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM) incriminou a ambos por corrupção, formação de quadrilha e extorsão. O relator do caso, conselheiro Luiz Moreira, pediu a demissão dos dois por conta da extorsão ao ex-governador José Roberto Arruda e pela violação de sigilo funcional da Operação Megabyte, na qual Durval Barbosa teve acesso privilegiado.[SAIBAMAIS]O relator encaminhou os autos para o Procuradoria Geral da República (PGR) para que seja aberta ação civil, que pode determinar a demissão de Bandarra e Deborah. O relator considerou verídico o depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais com base no mapa das ligações telefônicas. Para o relator, não há provas de mesada a Bandarra, mas ele entende que ele e Guerner exigiram R$ 2 milhões de Arruda.
Os advogados de Bandarra sustentam o argumento de que a Operação Megabyte atingiu seus objetivos e, portanto, Durval não teria como sabê-la antecipadamente. A acusação era de que, em razão do cargo que Bandarra ocupava no Ministério Público, ele teria repassado as informações à promotora, que teria informado a Durval Barbosa em troca de dinheiro.
Luiz Moreira também disse que depoimento de José Roberto Arruda sobre extorsão foi fidedigno. "Fluido, linear, sem hesitação". Para ele, a série de vídeos em que figuram Deborah, Bandarra e Jorge Guerner é prova inequívoca da origem ilícita do dinheiro.
Em depoimento, a assessora do 1; escalão dos governos Arruda e Roriz, Cláudia Marques, disse que entregou quatro vídeos a Deborah Guerner, de quem era amiga. Ela confirmou ter visitado várias vezes a casa da promotora na companhia de Durval.