Ana Maria Campos
postado em 06/04/2011 13:45
O advogado Pedro Paulo Guerra de Medeiros, responsável pela defesa da promotora Deborah Guerner, pediu a suspensão do julgamento no Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM). A sessão, que ocorre desde as 9h desta quarta-feira (6/4), trata do envolvimento do ex-procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, e da promotora em esquemas de corrupção deflagrados pela Operação Caixa de Pandora. Segundo ele, é necessário avaliar a condição de saúde mental de Deborah. A defesa apresentou aos conselheiros um laudo que aponta que Guerner é "incapacitada para o serviço público".[SAIBAMAIS]Medeiros também questionou aos conselheiros do CNMP: "Ter dinheiro em espécie agora é crime?". Deborah Guerner chegou a acompanhar por 40 minutos a sessão, mas após uma crise nervosa deixou o local, no Lago Sul, acompanhada pelo marido Jorge Guerner.
Antes de Medeiros, o advogado Cezar Bitencourt fez a defesa de Bandarra. Segundo ele, as relações entre seu cliente e o ex-governador José Roberto Arrruda sempre foram corretas. "Estão destruindo uma pessoa, uma carreira por ilações", disse.
Após a sustentação da defesa, o secretário-geral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinícius Furtado Coelho, falou e acolheu o voto do relator Luiz Moreira, que pediu a demissão de Bandarra e Guerner por conta da extorsão ao ex-governador José Roberto Arruda e pela violação de sigilo funcional da Operação Megabyte, na qual Durval Barbosa teve acesso privilegiado.
Para o representante da OAB, o conjunto probatório é que deve formar a convicção e nesse sentido, o voto do relator está adequado à prova dos autos. No CNMP, a OAB tem prerrogativa de sustentar posição e também de voto, com dois conselheiros no plenário. Após a posição da OAB, a sessão foi suspensa por uma hora e deve retornar por volta das 15h, com a votação dos conselheiros.