postado em 13/04/2011 07:26
Passados mais de 15 dias da fuga de seis presos de alta periculosidade da Penitenciária do Distrito Federal 2 (PDF 2) ; uma das unidades de segurança máxima do Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião ; nenhum dos foragidos foi recapturado. Representantes da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do DF (Sesipe) garantem, contudo, que mudanças foram implementadas na rotina de vigilância do local. Além disso, técnicos do órgão estão concluindo um projeto de monitoramento que visa, entre outras coisas, a incorporação de câmeras de vigilância no ambiente interno do presídio e a utilização de cães entre várias cercas que antecedem a área externa. É analisada ainda a possibilidade da instalação de sensores de presença e de alarmes em grades.;Todas as soluções serão apresentadas. Temos várias ideias e contatamos algumas empresas. O objetivo é dificultar ao máximo qualquer possibilidade de fuga. Vamos estender isso para os demais presídios. Depois de concluído o projeto, partiremos para o processo licitatório;, adianta o diretor-geral da Sesipe, Hélio de Oliveira. Em 27 de março, data em que os detentos escaparam, apenas uma das quatro torres de vigilância ao redor da PDF 2 contava com a vigilância de policial militar. A situação foi agravada ainda pelo fato de a área por onde os criminosos passaram para deixar a Papuda não ser vista desse ponto. ;Três torres estão sendo ocupadas atualmente. Esse número atende à demanda, já que estão posicionados em pontos estratégicos;, pontua. Quanto aos problemas estruturais dos pontos de observação, Oliveira disse que avaliações e estudos estão sendo realizados para promover melhorias.
Várias deficiências
Segundo o subsecretário do Sistema Penitenciário, André Victor do Espírito Santo, foram verificadas muitas deficiências no complexo penitenciário. ;Vamos atacar simultaneamente várias frentes e estamos correndo atrás. Um dos principais pontos é realmente o monitoramento, mas claro que dependemos de orçamento. Ainda não avaliamos quanto será o custo total;, destaca.
O inquérito e a sindicância interna instaurados para apurar o que possibilitou a fuga ainda não foram concluídos. As investigações apontarão se houve negligência ou facilitação por parte de agentes de atividade penitenciária que trabalhavam naquela madrugada. A polícia também segue ouvindo os presos da Ala D do Bloco F ; de onde partiram os fugitivos. Ao todo, serão 34 depoentes ; número de detentos que ocupam a Ala D. ;Todos os profissionais que integravam o plantão foram ouvidos. Tivemos a preocupação de reforçar aquele setor. Não sei precisar quantos são agora, mas determinamos um aumento no número de profissionais;, salienta Oliveira.
Dez equipes da Polícia Civil continuam trabalhando diariamente na coleta de informações sobre o caso nas ruas do DF, tentando reunir pistas que levem ao paradeiro dos fugitivos. Apesar disso, nenhuma informação concreta foi levantada até o momento.
Apesar de não ter ocorido reforma na unidade prisional, foram feitos reparos nas quatro celas violadas. As grades serradas foram repostas. ;Assumi a gestão recentemente e imaginava que a PDF 2 era um lugar supersseguro, mas mostrou não ser. Estamos nos deparando com toda essa dificuldade e procuramos resolver isso;, reforça o diretor-geral da Sesipe.
Notícia
Em 1; de abril, o Correio reportagem sobre falhas estruturais das guaritas e falta de efetivo para ocupá-las. Ausência de iluminação, instalações hidráulicas inadequadas e infiltrações foram alguns dos problemas listados por um representante do batalhão localizado no Complexo Penitenciário da Papuda. Atualmente, a corporação é responsável pelos 20 pontos de observação da unidade: 10 no perímetro das penitenciárias do Distrito Federal 1 e 2 (PDF 1 e PDF 2) e 10 no Centro de Internamento e Reeducação (CIR).