Cidades

Avó mantinha neto acorrentado em barraco na Estrutural

postado em 15/04/2011 12:08
Casa onde a criança era mantida acorrentada, na quadra 12 da cidadeAgentes do Conselho Tutelar e militares do Corpo de Bombeiros encontraram, na tarde da última quinta-feira (14/4), um menino de 6 anos acorrentado pelo pé a uma cômoda de madeira, dentro de um barraco na quadra 12 da Estrutural. A avó da criança teria confessado que prendia o menino por ele ser muito levado e por querer protegê-lo. A acusada, que é agente comunitária de saúde, tem 49 anos e foi presa em flagrante, por policiais militares. Ela foi autuada pelo crime de tortura. A pena para o delito varia entre dois e oito anos de reclusão, mas, por ter sido cometido contra uma criança, pode aumentar em até dois terços.

O menino foi resgatado após a madrinha dele passar pela casa e ouvir um choro vindo de dentro do barraco, que estava com o portão trancado. A mulher recorreu ao Conselho Tutelar, que encontrou o menino em um cômodo, acorrentado pela perna a um móvel de madeira, por volta das 15h. Dois cadeados e uma corrente restringiam os movimentos da criança. Filmagens feitas no momento do resgate mostram as condições precárias a que o garoto era submetido.

A criança teria dito a agentes da 8; Delegacia de Polícia (SIA) que apanhava constantemente da avó e já teria sido acorrentado pelo menos cinco vezes. Segundo a polícia, o menino estaria com pernas e braços machucados e foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito. "Quando o resgate chegou, tinha uma poça de vômito próxima ao garoto. Acreditamos, também, que ele ingeria alimentos estragados, possivelmente recolhidos no lixão", apontou o delegado-adjunto, Hudson Araújo.

A avó da criança foi encontrada ainda na tarde de ontem. "Ela disse que ele é muito danado e como ela precisava sair para trabalhar, não tinha com quem deixá-lo. Ela disse ainda que preferia deixá-lo acorrentado do que na rua, com más companhias", informou Hudson.

O delegado contou que a mãe do garoto não teria afinidade com a vítima e também pode ser indiciada pelo mesmo crime, já que teria conhecimento do fato. A criança está provisoriamente sob os cuidados da madrinha, que mora em uma casa próxima a que o garoto vivia com a avó.

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