Cidades

MP de Goiás denuncia seis dos 19 policiais presos na Sexto Mandamento

postado em 16/04/2011 08:00
O Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou seis policiais militares dos 19 que foram presos na Operação Sexto Mandamento. Eles são acusados de matar Murilo Alves de Macedo, 26 anos, ocorrido em agosto de 2010, em Goiânia. Com a operação deflagrada em 15 de fevereiro, 19 policiais militares foram presos suspeitos de participarem do grupo de extermínio. A denúncia do MPGO foi embasada em gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal que investigava o bando. A ação do grupo foi revelada em série de reportagens publicada pelo Correio desde 2009.

Dos seis denunciados pelo Ministério Público, os subtenentes Fritz Agapito Figueiredo e Hamilton Costa Neves e os cabos Cláudio Henrique Camargos, Alex Sandro Souza Santos e Ricardo Rodrigues Machado estão presos no presídio de segurança máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O único que está solto é o primeiro-tenente Vítor Jorge Fernandes. Ele foi detido por 45 dias, mas libertado por determinação da Justiça.

O Correio divulgou em fevereiro de 2011, que nos últimos 10 anos, pelo menos 29 pessoas desapareceram após serem abordadas por policiais militares em Goiás. Dez casos ocorreram nas cidades vizinhas ao Distrito Federal. Outras 300 morreram em confrontos com os militares, como confirma a versão oficial. Mas para a Polícia Federal e o Ministério Público de Goiás, há fortes indícios de que esses embates foram forjados.

Mãos na cabeça
Murilo Macedo foi assassinado porque estaria em um Honda Civic que teria sido roubado de um tenente da Polícia Militar. Os policiais alegaram que o rapaz foi morto durante um confronto entre ele e membros da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam). Ele foi abordado na saída para Trindade, após os subtenentes Fritz Agapito e Hamilton Costa avistarem o suposto carro. Apesar de estarem de folga, eles ligaram para o Comando de Operações da PM (Copom). Essa abordagem foi gravada pela PF. Como descrito na denúncia, Fritz ordenou que Murilo parasse o carro e colocasse as mãos na cabeça. Logo em seguida, ouve-se um tiro. A gravação indicou que os subtenentes mantiveram contato com os cabos Cláudio Henrique e Ricardo.

Pouco tempo depois, Fritz entrou em contato com o Copom novamente e avisou que não havia sido possível capturar os dois suspeitos do roubo porque eles teriam fugido. A denúncia indicou que ;a equipe da Rotam chega ao local dando cobertura aos primeiros denunciados, assumindo a ocorrência, alterando o local do crime e permitindo a saída do encenado confronto dos denunciados Fritz e Hamilton, retirando o segundo ocupante do veículo roubado;. A outra pessoa abordada dentro do carro continua desaparecida. O Ministério Público rejeitou a versão apresentada pelos PMs de que a vítima tentou fugir e atirou contra os policiais que a abordaram

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