postado em 18/04/2011 20:37
A inundação ocorrida no último dia 10 de abril na Universidade de Brasília trouxe à tona problemas antes ocultados no subsolo do Instituto Central de Ciências (ICC). Durante a última reunião do Conselho Universitário (Consuni), instância máxima de deliberação da universidade, os chefes dos Departamentos de Geografia e Filosofia pediram novas instalações para seus cursos, com uma única exigência: fora do ICC e nada de subsolo.Ambos os departamentos encontram-se inteiramente no subsolo do minhocão e estão entre os mais atingidos pela enxurrada que inundou o ICC na chuva do domingo (10/4). O Reitor José Geraldo de Sousa Junior tem reunião marcada na manhã desta terça-feira (19/4) para discutir com os representantes dos departamentos sobre as possibilidades de construção de novas instalações. De antemão, o Reitor já sabe que para o subsolo os cursos não querem voltar. Há a possibilidade de que os cursos sejam transferidos provisoriamente para o Clube do Servidor, cedido temporariamente pela Advocacia Geral da União à Universidade.
Problemas antigos
Patrimônio físico destruído, décadas de material de pesquisa perdido: este é o legado das chuvas ao Departamento de Geopgrafia da UnB. O Professor Fernando Sobrinho, Chefe do Departamento, demonstra receio em reconstruir as instalações no mesmo local. "Pode até ter sido uma chuva atípica, mas temos medo de reconstruir, reformar. Estamos em um país tropical. A gente vai fazer um gasto de dinheiro público, comprar novos computadores e equipamentos, para esperar a proxima chuva levar?", indaga o Fernando Sobrinho.
[SAIBAMAIS]Há muito tempo a situação da Geografia é preocupante. O departamento está localizado debaixo de um jardim. "Nós temos uma série de estalactites, as infiltrações são históricas. Em época de chuvas, a água sempre infiltra pelo teto", afirma o professor.
Fernando Sobrinho cita as divisórias de madeira, ainda molhadas da inundação, como principais causadoras de um ambiente úmido incompatível com a rotina de trabalho de servidores, professores e estudantes. "A quantidade de mofo, fungos, bactérias que estão se proliferando está fora de controle. Não temos condições de exigir que um funcionário trabalhe oito horas por dia em um ambiente insalubre como este", lamenta o professor.