Antonio Temóteo, Naira Trindade
postado em 20/04/2011 11:26
A promotora Deborah Guerner e o marido Jorge Guerner foram presos agora há pouco pela Polícia Federal no Aeroporto Internacional de Brasília ao tentar deixar o país. Informações preliminares dão conta de que a polícia já investigava uma possível tentativa de fuga do casal para a Itália. A prisão teria sido efetuada por volta das 10h. Os dois devem ser encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal, no Setor Policial Sul.Guerner e o ex-procurador de Justiça do DF, Leonardo Bandarra, são suspeitos de tráfico de influência pela Operação Caixa de Pandora. Eles teriam passados informações privilegiadas a integrantes do governo do Distrito Federal.
A promotora poderia voltar ao trabalho no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) no último dia 10, mas ela apresentou atestado médico, alegando não ter condições de voltar a exercer a função. "Estou doente. Não posso trabalhar mais", disse em entrevista ao Correio na época. Guerner em momento algum disse de qual patologia sofre.
Promotora Deborah Guerner usa doença para se defender de acusações
A promotora também comentou em entrevista ao Correio no início deste mês que o julgamento no qual teve um ataque de nervos teria piorado seu estado de saúde. "Isso me afetou muito. Ao invés de melhorar, fiquei pior. Não tenho a menor condição de voltar ao trabalho. É como uma pessoa estar com câncer e ficarem fazendo tudo o que estão fazendo comigo. Claro que piora", completou, acrescentando ser vítima de injustiça e perseguição.
Segundo informações também iniciais, os advogados do casal não estão em Brasília e foram pegos de surpresa com a prisão.
Relembre o caso
O relatório final do processo contra Leonardo Bandarra e Deborah Guerner no Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM) incriminou a ambos por corrupção, formação de quadrilha e extorsão. O relator do caso, conselheiro Luiz Moreira, pediu a demissão dos dois por conta da extorsão ao ex-governador José Roberto Arruda e pela violação de sigilo funcional da Operação Megabyte, na qual Durval Barbosa teve acesso privilegiado. O relator encaminhou os autos para o Procuradoria Geral da República (PGR) para que seja aberta ação civil, que pode determinar a demissão de Bandarra e Deborah. O relator considerou verídico o depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais com base no mapa das ligações telefônicas. Para o relator, não há provas de mesada a Bandarra, mas ele entende que ele e Guerner exigiram R$ 2 milhões de Arruda.
Em 6 de abril, o julgamento que apura o envolvimento do ex-procurador-geral de Justiça do DF Leonardo Bandarra e da promotora Deborah Guerner em esquemas de corrupção deflagrados pela Operação Caixa de Pandora foi suspenso após pedido de vista do conselheiro Aquiles Siquara. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) marcou a retomada da sessão para 17 de maio.