Naira Trindade
postado em 24/04/2011 08:00
Os hospitais visitados pela reportagem responsabilizam parte dos pacientes pela demora no atendimento. Reclamam que muita gente procura a emergência em vez do ambulatório. ;Tem dias em que é normal ter mais movimento nos hospitais, mas alguns que chegam na emergência não têm criticidade. Quando o caso não é crítico, é preciso aguardar os mais graves;, disse a gerente técnica do Hospital Santa Luzia (716 Sul), Gabriela Miquelino.Levantamento preliminar aponta que pelo menos 10% dos doentes que chegam às emergências poderiam ter os problemas resolvidos nos ambulatórios. ;Há pacientes que preferem ir ao pronto-socorro a seguir ao ambulatório, o que acaba aumentando a demanda;, afirmou a assessora jurídica do Sindicato Brasiliense dos Hospitais Particulares, Danielle Feitosa.
Um balanço feito a pedido do Correio pelo Hospital Santa Lúcia, também na 716 Sul, contabilizou um aumento de 32% nos atendimentos emergenciais no primeiro trimestre do ano. ;Está fora do habitual por causa das doenças de época;, disse o diretor técnico da unidade, Cícero Henriques Dantas Neto. O Santa Lúcia recebe 18 mil pacientes por mês na emergência.
Doenças sazonais
A assessoria de imprensa do Hospital Anchieta, em Taguatinga, informou, por meio de nota, que normalmente dois pediatras trabalham ininterruptamente para atender a demanda. ;Por questões sazonais, o outono traz aumento de doenças respiratórias, viroses. E, devido ao feriado, registramos um crescimento na procura por algumas especialidades, como a pediatria. Por essa razão, colocamos mais um pediatra.; Os hospitais Santa Helena e Prontonorte, ambos na 516 Norte, não retornaram as ligações.
A fiscal de loja Raimunda Nonata da Silva, 24 anos, gasta parte do salário em plano de saúde. A oportunidade de uma recepção melhor no sistema particular era um dos sonhos da moradora de Planaltina de Goiás. ;Na comparação entre o público e o privado, o atendimento ainda é melhor no sistema pago.; Na última terça-feira, ela não demorou para se consultar na Asa Sul, mas viu a bagunça na distribuição de senhas. ;Foi implementado o núcleo de informatização de ficha única e houve um problema na terça. O sistema reduziu cerca de 50% o tempo de espera;, garantiu a assessoria de imprensa