Cidades

Hospital Universitário de Brasília cancela cirurgias por falta de material

postado em 26/04/2011 10:48
O Hospital Universitário de Brasília (HUB) fechou o centro cirúrgico e suspendeu as cirurgias eletivas, aquelas previamente agendadas, na manhã desta terça-feira (26/4). De acordo com a assessoria do HUB, os procedimentos foram cancelados porque o pagamento aos fornecedores não foi feito e não há material suficiente, como fios cirúrgicos, para manter o serviço. A unidade realiza cerca de 420 cirurgias por mês.

A assessoria do HUB também informa que em reunião realizada na segunda-feira (25/4), na vice-reitoria da Universidade de Brasília (UnB), ficou acordado que a universidade deve liberar, até esta terça-feira (26/4), R$ 1,5 milhão para o hospital. O dinheiro será destinado ao pagamento dos fornecedores e para a liberação dos materiais necessários para a retomada das cirurgias. Segundo a assessoria, a dívida total com os fornecedores é de R$ 7,6 milhões.

Em nota, o HUB explica que tem ;faturamento mensal de R$ 2,6 milhões, oriundos de contrato com a Secretaria de Saúde. Destes, 93% são utilizados para o pagamento de funcionários - contratados de forma precária sem direitos trabalhistas - e dos trabalhadores terceirizados. Apenas 7% dos recursos recebidos hoje são destinados ao custeio, ou seja, para compra de material médico-hospitalar, manutenção predial e de equipamentos.;

Além do recurso do SUS, o HUB recebe verbas menores e pontuais da UnB e, nos meses de abril, maio e junho, receberá parcelas atrasadas de 1,3 milhão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitário, o Rehuf. Segundo o hospital, a verba deveria ter sido liberado no ano passado. A unidade afirma que realizou, em 2010, mais de 144 mil consultas, 8.260 internações e mais de 590 mil exames laboratoriais.

Situação Financeira
Como o grande problema do hospital é o pagamento dos trabalhadores terceirizados, o diretor-geral do HUB, Gustavo Romero, pede auxilio do Ministério da Educação (MEC) para bancar a folha de pagamento. ;Nós pagamos pessoal com verba que deveria ser destinada ao custeio. Se o Ministério da Educação absorvesse esta folha de pagamento, a manutenção do hospital seria feita sem sobressaltos;, afirma Gustavo Romero.

O diretor-geral também informa que a direção vem negociando com a Secretaria de Saúde um novo contrato e que o resultado é a ampliação do valor para mais de R$ 3,5 milhões, que devem passar a ser recebidos pelo HUB no próximo mês. Entretanto, de acordo com Romero, o valor ainda é insuficiente. ;Precisamos de pelo menos R$ 4,5 milhões para funcionar com nossa capacidade total, ampliando e melhorando serviços. Mas, este novo contrato já nos permite respirar;, diz Romero.

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