Cidades

Procura-se um felino de estimação desaparecido no Aeroporto de Brasília

Ao desembarcar em Brasília para um voo de conexão, o físico paulista Maicon Faria não imaginava que passaria por uma dura experiência: seu gato, que viera no compartimento adequado a animais, fugiu

postado em 28/04/2011 08:00
Por conta do imprevisto, Maicon (E) prolongou a estadia:
Eram quase 17h de segunda-feira passada quando o físico da Universidade de Campinas (Unicamp) Maicon Saul Faria, 29 anos, desembarcou em Brasília de um voo da Gol vindo de Palmas (TO), para uma conexão. Em seguida, ele iria para Campinas (SP), onde divide uma casa com outros cinco gatos. O número de animais, porém, corre o risco de diminuir para quatro. Isso porque Maicon viajava acompanhado de Esquilo, um de seus bichos de estimação, e o felino fugiu no momento do desembarque.

O animal foi transportado no compartimento inferior do avião, longe dos passageiros. A gaiola na qual ele estava deveria ser colocada novamente em um avião, porém Esquilo fugiu. Maicon acompanhou tudo por trás do vidro da sala que liga a pista de desembarque ao salão de espera. Tentou alcançar o gato, mas não conseguiu. ;Há regras de segurança que impedem a pessoa de entrar no local onde ele estava;, explicou. Sobrou apenas a gaiola com o lacre violado. ;Não sei se ele teria força para romper os dois lacres, o da gaiola e o da empresa aérea. Também acho difícil acreditar que alguém romperia os lacres de propósito. Não sei o que pensar.;

O dono de Esquilo virou a noite no aeroporto de Brasília, em busca do companheiro. Foram 36 horas de procura solitária. Somente um dia depois, destaca, pôde contar com a ajuda de funcionários da companhia aérea e da Infraero. Mesmo assim, não teve sucesso. ;Cuido do Esquilo há dois anos e meio, ou seja, desde que ele nasceu. Dei mamadeira para ele, cuidei esse tempo todo. Ele é como uma pessoa da família;, relatou o proprietário.

Na madrugada de quarta-feira, Maicon hospedou-se em um hotel, custeado pela Gol, e afirma que só deixará Brasília com Esquilo a seu lado. ;Só dormi seis horas desde que ele sumiu. O plano inicial é ficar até pelo menos segunda-feira. Depois disso, terei de conversar com meu chefe.; O físico espalhou cartazes em todos os andares do aeroporto. Passa horas fazendo barulho com uma pequena lata cheia de comida de gato, na esperança de, com o ruído, atrair o animal para se alimentar. Nenhum espaço escapou ao olhar do dono. Ele já procurou no estacionamento, no saguão, na entrada e na saída. Encontrou cinco gatos de rua nas redondezas do aeroporto. Mas nada de Esquilo.

Maicon distribuiu também panfletos com a foto do gato e um número de telefone. Na esperança de que alguém encontre o animal, ofereceu até recompensa. Mas pede a quem achá-lo que não corra atrás dele, para não assustá-lo, e somente espere e chame o dono. Esquilo é rajado e tem o rabo defeituoso: falta uma parte da cauda.

;Ele costuma fugir de casa. Em uma dessas fugas, perdeu um pedaço do rabo;, contou Maicon. Funcionários do aeroporto afirmaram ter visto o gato dentro do saguão. ;Na praça de alimentação, tinha um copo de água no chão, pareciam ter arrumado para um gato. O segurança disse que viu o bicho, mas eu procurei até no lixo e nada;, disse uma funcionária da limpeza, que não quis ter o nome divulgado.

O gato Esquilo em imagem de folheto distribuído pelo dono
Gatoeiras

O físico ganhou um reforço nas buscas. Voluntárias do Augusto Abrigo, com unidades na Cidade Ocidental e em Luziânia, estão de plantão no Aeroporto ao lado de Maicon, procurando por Esquilo. Compraram duas ;gatoeiras;, espécie de armadilha semelhante à ratoeira. O alimento é colocado dentro de uma gaiola e, quando o bicho entra para comer, fica preso, sem se machucar. ;O papel da nossa ONG é proteger bichos que correm risco de morte, como nesse caso. Muita gente fica rindo quando vê a nossa busca, acha absurdo, mas só pensa isso porque não entende o quanto o animal é importante;, disse Angélica Bessa, 40 anos, advogada e uma das voluntárias do Augusto Abrigo.

Por meio da assessoria de imprensa, a Gol informou: ;A companhia está mobilizada para levantar os detalhes sobre o ocorrido e tomar as devidas providências. A companhia adianta que não mede esforços para prestar o atendimento necessário ao cliente;. Até agora, a empresa pagou as diárias e a alimentação de Maicon. ;A responsabilidade é toda da Gol. Há regras de segurança que devem ser seguidas em um momento de fuga de animal;, reclamou o dono do gato. A Infraero alega não ter responsabilidade nessa situação.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirma que o passageiro deve avaliar o contrato que assinou com a companhia aérea, no momento de embarcar o animal, para saber a que tem direito. O físico pagou R$ 140 em passagens de ida e volta para o gato, mais uma taxa de R$ 50 por conta do peso do bicho e R$ 120 em atestados médicos exigidos, segundo normas de segurança de voo. Maicon havia ido a Palmas para visitar a esposa e levou o animal de estimação do casal para fazer uma surpresa.

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