postado em 04/05/2011 06:43
A inflação não deixou de amedrontar, mas desacelerou em Brasília na última semana. Entre as sete regiões metropolitanas pesquisadas, a capital do país foi a única a apresentar recuo na medição feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) local registrou variação de 0,58%, contra 0,86% na semana anterior. A média nacional, no mesmo período, passou de 0,80% para 0,95%. Em São Paulo, responsável por 50% do total do indicador, a inflação acelerou de 0,80% para 0,93%.Seis das sete classes de despesas que compõem o índice perderam força em Brasília na quarta semana de abril. As maiores quedas foram observadas nos grupos educação, leitura e recreação e vestuário, cujas taxas passaram de 0,42% para -0,22%, e de 3,28% para 2,77%, respectivamente. %u201CEsses dois grupos possuem peso significativo no indicador e fizeram a diferença%u201D, avalia o economista e diretor de Gestão de Informações da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), Júlio Miragaya.
Apesar da desaceleração %u2014 provavelmente provocada pela troca de estação nas lojas %u2014, o grupo vestuário está entre os que tiveram pressões acima da variação média, ao lado de transportes (1,69%) e saúde e cuidados pessoais (1,32%). Ficaram abaixo da média os gastos com despesas diversas (0,51%), habitação (0,33%), alimentação (0,05%) e educação, leitura e recreação (-0,22%). No ano, o indicador apresenta variação de 1,69% em Brasília e, nos últimos 12 meses, 4,01%, contra 6,05% no restante do país, segundo a FGV.
Combustível
O preço dos combustíveis continua pesando no bolso do brasiliense. No último levantamento de abril, a variação da gasolina e a do etanol se mantiveram em alta: 2,64% e 14,63%, respectivamente. A tendência é que os valores nas bombas comecem a cair este mês. O custo da empregada doméstica mensalista (1,26%), o da batata-inglesa (17,47%) e o do salão de beleza (3%) também chamaram a atenção negativamente.
Recuaram de preço e ajudaram a provocar a desacelaração observada na capital federal o tomate (-16,47%), o quiabo (-7,57%), o camarão (-5,81%), o filé-mignon (-4,69%) e a tarifa de passagem aérea (-4,65%). %u201CExiste uma tendência de queda da inflação nas próximas semanas. O que surpreende não é o fato de Brasília ter apresentado desacelaração, mas, sim, de as outras cidades continuarem com aceleração%u201D, analisa Miragaya.