Cidades

Delegado Sandro Avelar assume a Secretaria de Segurança Pública do DF

postado em 06/05/2011 08:00
Indicação do Ministério da Justiça, Sandro Avelar se diz honrado em poder trabalhar Após 16 dias sem titular desde a demissão de Daniel Lorenz, a Secretaria de Segurança Pública tem novo comando. Assumiu o cargo Sandro Avelar, que, assim como seu antecessor, é delegado da Polícia Federal. A nomeação foi feita ontem pelo governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), que afirmou tê-lo escolhido pela ;relação muito forte com o Distrito Federal e pela confiança absoluta em sua competência;. O Correio antecipou que Avelar era o nome mais cotado para a sucessão e foi um indicação do Ministério da Justiça. Agnelo e Avelar garantiram que haverá autonomia para a condução da pasta.

A ingerência foi determinante para a saída de Lorenz em abril (leia Entenda o caso). Avelar, 41 anos, elogiou o trabalho do antecessor, mas descartou preocupações com possíveis intervenções políticas. ;Eu tenho que seguir uma linha e isso já foi esclarecido pelo governador, mas vou ter liberdade para isso;, afirmou Avelar (leia Três perguntas para).

Agnelo, por sua vez, reafirmou o apoio ao novo titular e desconversou quando questionado sobre influências externas. ;A interferência e o diálogo fazem parte do governo, mas tem uma linha, tem princípios e a secretaria é um órgão de Estado. Ela será conduzida com total autonomia pelo Sandro Avelar e com total apoio meu;, disse.

;Para mim, é uma honra e uma realização ter essa oportunidade e poder fazer esse trabalho de busca por paz social em Brasília;, disse Avelar. Nascido em Goiânia (GO) e criado em Brasília, o secretário integra a Polícia Federal há 13 anos. Atuava como diretor do Sistema Penitenciário Federal no Ministério da Justiça antes de aceitar o convite do Palácio do Buriti. Ele prometeu utilizar a experiência carcerária para contribuir com melhorias nos presídios distritais. ;Vamos aproveitar as boas relações com o Ministério da Justiça para trazer uma evolução a Brasília;, disse.

União
O novo integrante do Governo do Distrito Federal (GDF) enfatizou a necessidade de integração entre as forças de segurança para articular o combate aos principais problemas da capital, como o aumento de latrocínios (roubo com morte) e o tráfico de drogas. Ele chamou a atenção para a necessidade de união em um momento em que a cidade se prepara para a Copa do Mundo de 2014. ;Podemos fazer por Brasília aquilo que todos nós, cidadãos brasilienses, queremos: buscar paz social e tranquilidade.;

Estiveram presentes à posse de Avelar o chefe da Casa Militar, coronel Rogério Leão; o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Roberto Rosback; a diretora-geral da Polícia Civil, Mailine Alvarenga; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros do DF, Márcio de Souza Matos, e o diretor-geral do Detran-DF, José Alves Bezerra. Eles representam órgãos diretamente vinculados à secretaria.

Sem blindagem
Em 19 de abril, passados apenas 108 dias desde que assumiu o cargo, o delegado federal Daniel Lorenz entregou o comando da Secretaria de Segurança Pública do DF. Incomodado com supostas interferências políticas na pasta, ele enviou uma carta com o pedido de exoneração ao governador Agnelo Queiroz (PT) um dia antes.

O secretário adjunto, coronel da Polícia Militar Luiz Renato Fernandes Rodrigues, assumiu interinamente a função. Apesar de não ter dado entrevista, o ex-secretário deixou transparecer a frustração por não ter obtido blindagem contra as ingerências partidárias e de deputados distritais ligados à segurança ; houve atritos públicos entre as partes.

Nos três meses e meio em que ficou no GDF, Lorenz anunciou redução da criminalidade, mas também teve de explicar aumentos em latrocínios (roubos com morte) e sequestros relâmpagos. Marca a passagem dele também a fuga de seis criminosos do Complexo Penitenciário da Papuda, em março. Lorenz é cotado para assumir um cargo na equipe federal responsável pela segurança da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

Três perguntas para...
Sandro Avelar, secretário de Segurança Pública

O senhor terá autonomia para comandar a Secretaria?
Não tenho preocupação com pressões políticas. O governador deixou claro que eu tenho que seguir uma linha, mas terei autonomia para fazer esse trabalho. O diálogo e a busca pela integração entre as forças serão uma marca que quero imprimir no trabalho.

Qual será a sua meta?
Buscar sempre a integração das forças de segurança. Nós temos em Brasília o que há de melhor em matéria de segurança pública: profissionais capacitados e qualificados. Agora, é seguir esse caminho, buscando a integração. O governador tem insistido nisso: são forças de Estado.

Como a experiência que o senhor tem com o sistema penitenciário federal pode ajudar o DF?
Conhecemos as necessidades de Brasília e vamos procurar aproveitar as boas relações com o Ministério da Justiça para trazer uma evolução nesse sentido.

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