Flávia Maia
postado em 10/05/2011 07:03
As poucas vagas rotativas no desembarque do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek têm gerado confusão no trânsito do local. Em dias de maior movimento, como ontem, as filas duplas e, às vezes, triplas de carros travam a via e provocam congestionamentos. A principal causa do bloqueio é a alta quantidade de espaços reservados, o que diminui a oferta de vagas comuns. Das 48 disponíveis contabilizadas pela reportagem ; sem contar as duas destinadas ao ônibus executivo ;, apenas 16 são livres para qualquer cidadão, sendo uma destinada a deficientes físicos. Das restantes, 30 são para táxis, uma para a Polícia Federal e outra para viaturas da Polícia Militar.O resultado é correria e irregularidade na hora de buscar algum passageiro: quem está na fila simples tem que ser rápido para desocupar o espaço e os que ficam em fila dupla correm para não ser multados pelos agentes do Detran. Muitos motoristas ligam o pisca-alerta na fila dupla para sinalizar que estão parados e não ser atingidos por outros veículos.
O estacionamento a R$ 5 por hora contribui para o caos porque os 10 minutos de tolerância são insuficientes para guardar a bagagem do passageiro e sair sem pagar ; o motorista não precisa de uma hora estacionado para buscar alguém no aeroporto. A distância e o acesso difícil do estacionamento público agravam o problema.
A segunda via de desembarque também não escapa da confusão de veículos. Ali são sete vagas, todas reservadas: três para radiotáxi, duas para viaturas da PM e mais duas para o Ministério das Relações Exteriores. O restante da calçada é marcado por faixa amarela contínua com placa de proibido estacionar. No fim da rua há um ponto de ônibus. Nessa pista, não faltam irregularidades: os carros e caminhões pequenos estacionam nas vagas reservadas e ao longo da faixa amarela, diminuindo o espaço da via e travando o fluxo dos carros que vêm pelo corredor. Mas a principal causa do congestionamento nesta pista é o bloqueio gerado pelos táxis particulares. Eles dispõem de apenas três vagas reservadas, embora o fluxo de carros seja bem maior do que o previsto em razão dos preços mais acessíveis do que os oferecidos pela cooperativa de táxis do aeroporto. Dessa forma, para caber, os taxistas estacionam em fila dupla e locais proibidos.
A paulista Patrícia Andreotti, 33 anos, é servidora pública e precisa vir a Brasília com frequência por causa do trabalho. Ela não se importa com a confusão dos táxis nas poucas vagas que restam a eles se, assim, consegue pagar um valor menor pelo serviço. ;Eu chego e já ligo. É 30% mais barato do que os táxis do aeroporto. Táxi em Brasília é muito caro;, calcula. A empresa de telefonia em que a recifense Miriam de Moura, 41, trabalha, tem contrato fixo com outra cooperativa da cidade. ;Eles me deram o telefone e eu só ligo para essa, aí eles vêm me buscar;, conta.
Na pista de embarque a situação é mais tranquila. No piso superior são seis vagas reservadas: duas para o Corpo Diplomático e quatro para as viaturas de polícia. As restantes são rotativas. Por meio da assessoria de imprensa, a Infraero comunicou que está em estudo uma reavaliação das vagas e do trânsito local diante da quantidade de carros no desembarque. Por dia, transitam, em média, 38 mil pessoas entre embarque, desembarque e conexão no Aeroporto JK.
Alternativa
Opera desde 29 de abril a primeira linha de ônibus executivo no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, que leva aos setores Hoteleiro Sul e Norte, à Rodoviária do Plano Piloto, ao Eixinho Sul e à Esplanada dos Ministérios. A linha está em fase experimental e funciona das 6h30 às 23h, com intervalos de 30 em 30 minutos. São cinco veículos rodando e um desses é mantido na reserva. Os passageiros têm direito a ar-condicionado, bagageiro e internet grátis, que está em fase de testes. O serviço custa R$ 8.