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Cidades

Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica atrai alunos do DF

Quase 800 mil estudantes de todo o país que se interessam por planetas, nebulosas e foguetes puderam testar seus conhecimentos em astronomia, astrofísica e energia ontem, na prova da 14; Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Só o Distrito Federal tem 105 escolas cadastradas, nas quais foram aplicadas as provas.A competição, aberta a todos os estabelecimentos de ensino fundamental e médio, teve participação voluntária. Serão distribuídas 30 mil medalhas e os melhores colocados ainda têm a chance de participar de outros eventos, inclusive internacionais.

Além das medalhas e dos certificados, os que obtiverem boa classificação no Nível 4 (ensino médio) vão conhecer as instalações do Centro Técnico Aeroespacial (CTA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os 100 estudantes de melhor colocação na olimpíada serão convidados a participar de um curso de astronomia, enquanto os cinco jovens com bom desempenho nesse curso vão disputar a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica, que, este ano, ocorre na Polônia. Outros cinco vão participar da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA), no Rio de Janeiro.

Segundo João Batista Canalle, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e coordenador da OAB, não apenas os alunos são beneficiados, mas também os professores, que podem se aprimorar nos temas escolhidos. ;Nós procuramos promover a interação entre professores de ensino superior e da educação básica. O primeiro passo para o professor que organiza a participação da escola é se preparar e nós colaboramos nesse processo;, explica. ;Todo ano a gente envia algum material didático, como livros, CDs e DVDs. Este ano, as escolas inscritas vão ganhar uma luneta, desde que não tenham recebido o equipamento no ano passado.;

O Colégio Militar de Brasília (CMB) participa da OBA desde 2005, com a chegada do professor de física Thiago Alberto Magalhães. Desde então, ele tem tomado a frente na organização e na preparação da escola para o evento. Para o professor, o estímulo à participação em uma olimpíada desse porte é também um incentivo ao interesse pela ciência.

;O aluno não aprende astronomia no colégio, mas estuda matemática, geografia e física. Quando ele procura a astronomia e descobre que tudo isso se complementa, é um estímulo para continuar estudando;, defende. Magalhães dá aulas extracurriculares de astronomia no CMB. ;Nós sempre temos representantes entre os 50 melhores do país, tanto que outras escolas já me procuraram para saber como a gente faz;, se anima.

Oportunidade
Renata Giarola, 16 anos, participa desde 2008 e já ganhou duas medalhas de prata e uma de bronze. ;É uma boa oportunidade de expandir conhecimento e ir além do que é dado em sala de aula. Vale muito a pena. Me ajudou até a escolher o que eu quero fazer e a entrar na universidade;, conta. Renata vai cursar engenharia química na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos ; as universidades americanas também analisam currículos para aceitar estudantes.

Otávio Henrique Mayrink, 14 anos, participa pela primeira vez. ;Me interessei por curiosidade pelas coisas do universo mesmo, como planetas, galáxias, raios solares, atmosfera. Acho que fui bem na prova;, anima-se. Adriano Souza Brandão, 17, vai participar também da Olimpíada Brasileira de Foguetes, que está dentro da OBA ; quem se inscreve nesta pode, automaticamente, participar da outra. ;Estamos aperfeiçoando o foguete do ano passado, mas já o mudamos todo. É muito diferente você ver a matéria em sala de aula e no dia a dia. E aí você entende que estuda não só para a escola, mas porque pode aplicar depois na vida.;

A correção e apuração das provas começam na próxima segunda-feira, quando elas serão enviadas para a Uerj, sede da organização do evento. Os resultados serão concluídos em setembro e divulgados em outubro, quando as escolas recebem as premiações para distribuir aos seus vencedores. A olimpíada é organizada pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Eletrobras Furnas.