Cidades

Trânsito do Distrito Federal padece de um mal crônico

Helena Mader
postado em 15/05/2011 05:00
Com o crescimento desordenado da cidade, os problemas se ampliam na mesma proporção. A cada mês, são expedidas, em média, 5 mil habilitações e 10 mil novos automóveis entram em circulação. Se o aumento médio anual de 7,5% prosseguir, em 2017 serão 2 milhões de carros transitando nas ruas da capital da República. As consequências dessa realidade, como os congestionamentos e a falta de vagas públicas, já fazem parte do cotidiano do brasiliense e podem piorar sem a adoção de soluções efetivas.

A população reclama do que poderia ser a solução para o problema: sistema de transporte público amplo e de qualidade. ;Os ônibus não passam no horário e por muitas vezes ficamos até duas horas e meia esperando para conseguir embarcar;, afirma Márcio Rodrigues, da Associação de Moradores do Varjão. Além disso, os veículos são velhos e a frota atual é insuficiente para atender a demanda. Segundo Artur Morais, especialista em políticas públicas de transporte público, o maior problema está no atual modelo de gestão. ;Não dá para Brasília ter mil linhas de ônibus sem a realização de estudos e o sistema continuar desorganizado dessa forma;, avalia.

Morais explica ainda que, apesar de o DFTrans coibir as irregularidades cometidas pelas empresas, as multas aplicadas pelo órgão não são devidamente cobradas pelo governo. ;Se não atacar o problema dos itinerários com urgência, o GDF pode fazer o que quiser ; corredor exclusivo e ampliação de vias ;que o transporte não melhorará;, diz.

Neste ano, o usuário do transporte público do DF teve de driblar a greve dos metroviários, da Cooperativa dos Profissionais Autônomos de Transporte (Coopatram). Além disso, convive com a ameaça constante de nova paralisação dos rodoviários. Para tentar resolver parte do impasse, a fatura pode ser empurrada para os passageiros. No início do mês, o GDF admitiu a possibilidade de reajustar o valor das passagens de ônibus ; que estão congeladas desde 2006. A análise do aumento foi prorrogada para o dia 20.

Segundo a Secretaria de Transportes, os resultados para as medidas adotadas começarão a surgir a longo prazo. O órgão trabalha com o período de 24 meses para apresentar melhorias significativas, visto que o serviço se encontrava em situação caótica. O primeiro passo para as mudanças, de acordo com a assessoria, foi a retomada da gestão da empresa Fácil ; responsável pelo sistema de bilhetagem. Além disso, a partir do fim do mês, o GDF poderá iniciar a licitação para a aquisição de 900 novos ônibus.

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