Flávia Maia
postado em 17/05/2011 07:21
Quando planejou Brasília, o urbanista Lucio Costa não imaginava que, aos 51 anos, a capital estaria com tantos problemas comuns de todas as metrópoles brasileiras. Com o aumento da população e da frota de veículos, os problemas também se multiplicaram. A capital federal convive hoje com trânsito lento, saúde e transporte coletivo precários. Não existe mais horário para enfrentar engarrafamentos, filas nos hospitais, nos bancos e no metrô. Até mesmo o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek tem sido alvo de constantes reclamações. Desde que se tornou rota de voos internacionais, a confusão se instalou no desembarque internacional. Para ver de perto os motivos da insatisfação brasiliense, a reportagem do Correio percorreu 182km e se deparou com muitas reclamações.O desfalque de168 ônibus na última sexta-feira ; quando foi deflagrada operação Drakkar da Polícia Civil ; fez falta ao usuário. Quem precisava de condução, esperou mais tempo do que o habitual nas paradas de ônibus. Os motoristas que trafegavam pela Estrada Parque Taguatinga (EPTG) também demoraram mais para chegar aos seus destinos. Um ônibus tombado desde o último sábado na pista atrapalhava o fluxo. Muitos condutores tiveram de improvisar novos caminhos, trafegando na contramão e subindo no meio-fio. O problema, no entanto, não se restringiu ao percurso. Na hora de estacionar, o problema era encontrar vagas.
Quem deseja tirar o documento de habilitação também enfrenta um desafio. Desde a última sexta-feira, os instrutores de autoescolas paralisaram as atividades. No último sábado, 1,5 mil pessoas foram prejudicadas. O exame não ocorreu por causa da pressão dos profissionais, que reivindicam aumento salarial. Nos centros de ensino públicos, outra greve atrapalha a vida de 560 mil alunos e de suas famílias. Há mais de uma semana, os serviços prestados pelos auxiliares em educação ; responsáveis pela merenda, limpeza e administração ; estão comprometidos. Muitos colégios têm optado por encerrar as aulas duas horas mais cedo, causando transtorno aos pais.
Nos hospitais públicos, a situação não está menos grave. Como de costume, os pacientes enfrentam horas de espera. Ontem, no Hospital Regional de Ceilândia, algumas pessoas aguardaram mais de oito horas na fila. Uma moradora da cidade peregrinou por três unidades em busca de um diagnóstico para a filha de 22 anos. Muitos permaneciam deitados nos bancos, cansados de esperar pela chegada de um médico.
Arcar com despesa na rede particular está fora de cogitação para uma grande parte da população, que, com a inflação acima de 0,58%, precisa economizar para garantir salário no fim do mês. Os preços salgados estão em todos os lugares, do supermercado, passando pelos combustíveis, aos alugueis. Brasília é uma das cidades que apresenta um dos custos de vida mais altos do país. Conheça agora os sete problemas que mais irritam os brasilienses.
Colaborou Lucas Tolentino