Antonio Temóteo
postado em 22/05/2011 13:30
As mulheres são maioria no Distrito Federal. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, entre as regiões administrativas, o Plano Piloto (54,3%) concentra, proporcionalmente, mais habitantes do sexo feminino (veja quadro), seguido pelo Cruzeiro (53,6%) e pelo Guará (53,1%). Segundo a pesquisa, a única cidade em que o sexo masculino predomina é São Sebastião (51,8%). Os dados do DF também se destacam quando comparados aos índices nacionais. Na capital federal, elas representam 52,2% da população, enquanto no Brasil são 51%. As informações são do censo realizado no ano passado.Segundo o IBGE, há mais mulheres do que homens no país porque a taxa de mortalidade do gênero masculino é maior. Eles se envolvem com maior frequência em casos de violência, como acidentes de trânsito fatais e homicídios. A coordenadora operacional da pesquisa na capital, Verônica Santos, também explica que, entre outros fatores, o fato de São Sebastião abrigar mais homens pode ser explicado pelas características da cidade. ;Historicamente, a localidade é uma área rural e, nesses locais, a predominância deles é maior. Apesar disso, o polo urbano da cidade também tem crescido;, revela.
Disparidade
As amigas Aline Pradera e Morgana Mota Pereira, ambas de 23 anos, estão entre as 113.790 mulheres do Plano Piloto. Moradora do Asa Norte e estudante de direito, Aline diz não se preocupar com o excesso de concorrentes, pois sempre percebeu essa disparidade. ;Isso não me incomoda. Acredito que os homens de Brasília são suficientes. Sempre vejo mais mulheres nos locais que frequento;, comenta.
Também estudante de direito, Morgana fez coro com a amiga. Ela, que vive na Asa Sul, afirma ter notado, desde pequena, o desequilíbrio entre os representantes dos dois sexos. ;Sempre vi mulheres fazendo os serviços domésticos, de limpeza, cuidando de crianças. Elas são a maioria. Na minha sala na faculdade, por exemplo, tem mais pessoas do sexo feminino;, ressalta.
Vocação
A quantidade de homens em São Sebastião não intimida o porteiro Júlio Cesar de Moura, 32 anos. Morador da região administrativa há 25 anos, Moura sabe que a cultura rural da cidade influencia a predominância masculina e lembra a época em que se mudou para a cidade. ;Quando cheguei, São Sebastião era uma agrovila. Não tinha nada;, conta. Segundo ele, os aluguéis mais em conta e o baixo custo de vida atraem trabalhadores que querem começar a vida. ;Muita gente deixa a família em outra cidade e vem tentar a sorte aqui porque há muita oferta de trabalho braçal. Nessa obra do Mangueiral, por exemplo, tem bastante gente de fora;, observa.
Moura diz ainda não se preocupar com o excesso de homens, já que é comprometido. Casado e pai de dois filhos, o porteiro arrisca afirmar que 70% das mulheres de São Sebastião são bonitas. ;Quem procura, acha. Não precisa sair da cidade. Conheci a minha esposa aqui e já tive outras namoradas que moram na região.;