Cidades

Imagination tinha pelo menos 110 pessoas a bordo; capacidade máxima era 92

Naira Trindade
postado em 26/05/2011 17:25

As investigações sobre o naufrágio do barco Imagination, no último domingo (22/5), se encaminham para um ponto-chave: lotação excessiva. O responsável pela 10; Delegacia de Polícia (Lago Sul), delegado Adval Cardoso de Melo, afirma que pelo menos 110 pessoas estariam a bordo quando a embarcação afundou - e o número ainda pode subir. Ainda assim, ninguém deve ser indiciado por enquanto.

A informação foi apresentada em uma coletiva às 16h desta quinta-feira (26/5). O delegado aguarda o laudo final da perícia, que pode trazer novas informações ao inquérito. Para isso, o barco precisa ser içado do fundo do Lago - a operação de retirada deve ser concluída até o fim desta sexta-feira (27). O prazo inicial do inquérito termina em 23 de junho, mas pode ser estendido.

Até o momento, mais de 50 pessoas foram ouvidas. Segundo Adval, grande parte dos presentes no naufrágio não constava na lista oficial de convidados e, por isso, tem medo de ir à delegacia. "Ninguém melhor que as pessoas presentes para relatar e oficializar o que aconteceu, como o barco pendeu", reforça. "As provas testemunhais serão somadas às provas técnicas [da perícia]". Os depoimentos colhidos indicam que a superlotação foi atingida já antes da navegação. Suspeitava-se, no início, que pessoas tivessem chegado à festa por lanchas e embarcações menores, mas até agora nenhum depoimento confirma a tese.

Garçom notou excesso de pessoas
Um dos depoimentos ouvidos nesta quinta-feira foi o do garçom Ronaldo da Costa, 29. Em conversa com o delegado da 10; DP, ele afirmou ter notado o excesso de pessoas pela dificuldade no atendimento. "Éramos três funcionários para servir o barco inteiro, mas havia tanta gente que não conseguíamos dar conta do serviço", contou.

Ronaldo relatou, também, os momentos que antecederam o naufrágio. Logo antes da segunda falha elétrica, o barco apresentava uma inclinação para o lado esquerdo, e o comandante Airton Carvalho da Silva teria pedido que os passageiros fossem para o lado oposto. O garçom era amigo de Paulo de Melo, sexta vítima a ser resgatada pelos bombeiros.

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