Cidades

Correio traça o perfil dos nove mortos no acidente com o Imagination

Flávia Maia
postado em 29/05/2011 08:00
Não é certo o número de pessoas que estavam a bordo do barco Imagination quando ele naufragou, há uma semana, no Lago Paranoá. A polícia estima que pelo menos 110 passageiros embarcaram na viagem que terminou com a morte de nove vítimas. A única certeza é que o acidente transformou a vida daqueles que perderam familiares e amigos. Quem estava na embarcação participava de uma confraternização organizada para celebrar a amizade. ;Era uma festa de família, todo mundo se conhecia;, contou Rosita Machado de Moraes, 33 anos, tia de Ester Araújo de Oliveira, 10. As duas estavam no passeio, além de seis parentes. A menina, no entanto, não sobreviveu.

Terceira vítima a ser encontrada pelos bombeiros, a garota deixou uma mensagem de carinho aos amigos da escola. Em uma cartinha, ela se despede da turma, pois mudaria para o turno da tarde após seis anos de convivência escolar. ;Fiz cópias para todos os alunos e a original entreguei à mãe dela (Rosilda Machado de Oliveira);, afirmou a professora Benedita Pereira Vogabo. Ester cursava o 5; ano no Centro de Ensino Fundamental ABC, no Paranoá, onde vivia com os pais.

Além de Ester, outra criança morreu no naufrágio do Imagination ; João Antônio Fernandes Rocha, sete meses. ;O João tinha os olhos claros e era muito parecido comigo;, contou José Carlos Rocha, 46 anos, que perdeu o filho e a mulher, Valdelice de Souza Fernandes, 36, na tragédia. Mãe e bebê foram enterrados juntos em Ibotirama (BA), a 800km de Brasília.

Passeio
Teve gente que perdeu a vida em serviço. É o caso de três vítimas do Imagination. ;Morreu correndo atrás;, comentou Benjamim Braga, 50 anos, amigo do cozinheiro Adail de Souza Borges, 45. Além de Adail, perderam a vida os garçons Vicente Carneiro de Sousa Neto, 36, e Hadnilton José de Oliveira, 31. Vicente não estava na escala do bufê. Substituiu de última hora um colega.

Já a garçonete Flávia Daniela Pereira Dornel, 22 anos, tirou o domingo de folga e não trabalhou na embarcação, como fazia normalmente. ;Ela estava acostumada a trabalhar no barco e queria que eu fosse, me dizia que não tinha perigo;, recordou Júlia Pereira, mãe da jovem. Assim como Flávia Daniela, o gaúcho Paulo de Mello, 39 anos, empolgou-se com o passeio e levou a mulher e a filha ; as duas sobreviveram. Também morreu Robinson Araújo de Oliveira, 29. ;Ele era um excelente companheiro de trabalho;, destacou o amigo Wesley Batista, 27 anos.

Ester Araújo de Oliveira, 10 anos
Ester deixou uma carta de despedida aos colegas de aula dois dias antes de perder a vida no naufrágio do Imagination (leia fac-símile). A menina mudaria de turno no colégio e, ao deixar a turma em que estudava desde os 4 anos no Paranoá, resolveu homenagear os amigos com uma mensagem de carinho. A letra arredondada e o traço forte traduzem o sentimento dela pelos companheiros depois de seis anos de convívio escolar. Na cartinha, Ester dá conselhos de boa educação e passa a liderança do time de futebol a William. ;Eu gosto de cada um pelo jeito que ele é;, escreveu em um dos trechos. E se despede: ;Sentirei muita falta de vocês.;

Na segunda-feira, antes de saber do naufrágio, a professora Benedita Pereira Vogabo, 30 anos, avisou aos alunos que Ester tinha escrito uma carta. Mas, comunicada sobre o acidente e o desaparecimento da menina, a professora preferiu esperar mais notícias para ler as palavras. ;A gente sempre fica com esperança;, afirmou Benedita. Ao ser encontrado o corpo de Ester, a professora leu a carta e deu uma cópia dela para cada coleguinha. A original ficou com a mãe, Rosilda Machado Araújo de Oliveira, 42.

Os familiares e os amigos se apegam hoje às boas lembranças para tentar amenizar a saudade. ;Ela queria ser veterinária, adorava bichos. O Bambopi, cachorrinho de pelúcia que dormia com ela todos os dias, foi colocado no caixão;, contou a tia Rosita Machado de Moraes, 33 anos. ;Nós vimos a Ester crescer nessa escola. Ela era muito carinhosa, educada;, relatou Ivaneide Gomes da Silva Soares, diretora do Centro de Ensino Fundamental ABC do Paranoá.

Ester vivia com a mãe e o pai, Gilberto de Oliveira, 51 anos, na cidade. A organização e o espírito de liderança chamavam a atenção de quem convivia com ela. ;Ela tinha bom comportamento. Em casa, fez uma tabelinha de estudos diários;, lembrou-se a professora Benedita. De acordo com ela, a mãe contou que Ester estava empolgada com o passeio de barco e não dormiu direito na noite anterior. ;Rosilda (a mãe) está se apegando ao fato de que Ester estava feliz, para amenizar a dor;, comentou.

João Antônio Fernandes Rocha, sete meses
O pequeno João Antônio era filho de Valdelice Fernandes, 36 anos, e José Carlos Rocha, 46. No dia do acidente, estava no Imagination com os pais e com a irmã, Vitória, 4. A família ocupava o primeiro andar do barco para fugir do barulho do som, ligado no primeiro piso. José Carlos lembrou que a noite estava linda e que a família curtia unida, mas, de repente, o barco começou a afundar e os quatro se separaram. Ele segurou a filha Vitória, mas João Antônio e Valdelice sumiram.

João Antônio foi retirado com vida do Lago Paranoá, momentos após o acidente, mas morreu antes de dar entrada no Hospital de Base do Distrito Federal. A mãe do bebê ficou desaparecida até terça-feira, quando o Corpo de Bombeiros a resgatou sem vida. Consternado, José Carlos descreveu a criança. ;Ele tinha os olhos claros, assim como os meus. Era muito parecido comigo;, disse o comerciante.

Flávia Daniela Pereira Dornel, 22 anos
Carinhosamente chamada por Daniela pela mãe, Júlia Pereira, a jovem teve os sonhos interrompidos com o naufrágio do Imagination. O corpo da garçonete que exaltava o amor à vida ; como ela mesma escreveu em página no site de relacionamentos Orkut ; foi o primeiro resgatado pelo Corpo de Bombeiros do fundo do Lago Paranoá. Para ela, 2011 se apresentava como um ano de avanços profissionais. Ela planejava abrir um quiosque no Setor Comercial Sul e, mais tarde, se tornar empresária.

A alegria de Daniela também era ver a família unida. E a tarefa não se revelava complicada, pois a jovem morava perto da mãe e vivia com os três filhos no segundo andar de um sobrado dividido com o irmão, no Recanto das Emas. Sempre que podia, cuidava dos seis filhos da irmã, Vanda Cristina Pereira, 25 anos, dona do bufê que organizou a festa no barco. ;Tem que morar todo mundo junto e pertinho;, dizia a garçonete aos parentes mais próximos.

A união familiar levou quatro filhos de Júlia para a confraternização realizada há uma semana no Paranoá, embora nenhum deles soubesse nadar. Acostumada a trabalhar como garçonete em eventos em barcos, Daniela insistiu para a mãe também ir à festa, porque era a primeira da qual elaparticipava como convidada. ;Ela repetia que não tinha perigo", contou a mãe.

Preocupada com um sonho que teve quatro dias antes do acidente, Júlia preferiu não ir e pediu para a filha mais nova ficar, porque não queria todos no barco. ;Sonhei com uma criança voando, mas, na verdade, era Deus levando a minha filha;, contou, chorosa. Daniela deixou três filhos. O mais novo, Heitor, tem um ano e oito meses.

Paulo de Mello, 39 anos
O garçom Paulo de Mello nasceu em 15 de maio de 1972, em uma segunda-feira, na cidade gaúcha de Júlio de Castilhos, região central do Rio Grande do Sul. Viveu em sua cidade natal por 23 anos, até percorrer 2 mil quilômetros para tentar uma vida melhor na capital federal. Chegou a Brasília em 1995.

E foi aqui que Paulo cresceu como profissional e viveu com a família. Até dias antes do acidente, ele trabalhava em uma galeteria no Lago Norte. Como várias outras vítimas do naufrágio, o garçom foi convidado pelo amigo Dionísio Maffeni, 32 anos, a fazer o passeio de barco para brindar a amizade com colegas de trabalho e familiares.

Uma semana após comemorar 39 anos, Paulo de Mello levou sua mulher, Michelle de Mello, 37, e a filha Paula, 11, para o passeio no Imagination. As duas ainda conseguiram se salvar, mas o corpo do garçom ficou submerso no Lago Paranoá até o dia 24 último, quando foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros a 150 metros da embarcação.

Paulinho, como era carinhosamente chamado pelos amigos, morava em São Sebastião, longe de alguns familiares, que não abandonaram o Rio Grande do Sul. Mas, segundo a irmã do garçom, Maria de Mello, o homem falava por telefone constantemente com a mãe, que tem 81 anos. Na última quinta-feira, Paulo de Mello foi enterrado no Cemitério Municipal Santa Maria.

Robinson Araújo de Oliveira, 29 anos
Chamar Robinson para qualquer passeio que envolvesse água era ter a certeza de um companheiro entusiasmado. Era difícil um fim de semana em que ele não fosse a uma cachoeira ou a uma represa perto de Brasília. A represa de Corumbá, o salto do Itiquira e a Lagoa Feia eram os lugares prediletos para o descanso. Quando o passeio somava água e música, de preferência pagode, estilo de música predileto, Robinson não negava o convite. Foi o que aconteceu quando o amigo Leonildo de Amorim, 23 anos, o chamou para a festa a bordo do Imagination. Ele deixou o carro no Recanto das Emas e seguiu com o colega para a confraternização. A bordo do barco, Leonildo, Robinson e outros amigos cogitaram a hipótese de o barco afundar, mas Robinson disse prontamente: ;Sou bom de nado;. E ele não mentiu. Foi o único dentre as nove vítimas que não morreu afogado, mas, sim, de traumatismo craniano.

Para amigos e familiares, lembrar de Robinson é enumerar qualidades. Talvez a maior delas fosse a capacidade de fazer amigos. ;O Robinson era um menino muito educado, sem defeito. Você via o tanto que ele era querido pelo velório lotado, mais de 250 pessoas. Um amigo quando soube da morte dele quase desmaiou;, lamentou o pai, Antônio Carvalho de Oliveira, de 62 anos. ;O Robinson era um excelente companheiro de trabalho sempre muito alegre;, destacou Wesley Batista, de 27 anos, também faturista.

A família de Robinson foi a última a chegar para acompanhar os resgates porque mora em Goiânia e soube do acidente quase 24 horas depois. ;Pegamos o carro da minha filha emprestado e corremos para Brasília;, relatou o pai. Antônio, a esposa Maria e os filhos viveram 43 anos em Brasília e em 2004 voltaram para Goiânia, cidade natal do casal. Robinson ficou na capital federal. Ele era o filho homem mais velho dos três de Antônio e Maria.

Robinson morava sozinho em Samambaia Sul e estava separado da esposa há um ano e quatro meses. ;Ele era muito determinado e estava pegando pesado nos estudos para passar no concurso da Polícia Civil. Agora o que me resta é correr atrás da justiça;, indigna-se o pai.

Adail de Souza Borges, 45 anos

O mato-grossense Adail mudou-se para Brasília ainda rapaz para servir no Exército. A carreira militar começou cedo, quando completou 18 anos e se alistou no serviço obrigatório. As mãos hábeis no controle do tempero e a preocupação constante com a higiene levaram Adail a fazer carreira na cozinha do Exército. O cozinheiro era conhecido por conseguir atender a todos os paladares, independentemente da patente. Ele cozinhava para o rancho ; onde comem os soldados ; e também para o cassino, refeitório dos oficiais e sargentos. ;O Adail sabia cozinhar de tudo, para todos e em todas as ocasiões;, contou o amigo Benjamim Braga, de 50 anos, reservista.

O gosto no preparo de diferentes pratos fez Adail aceitar a proposta de Aguinaldo Dias da Silva, de 42 anos, de cozinhar para festas de bufê. Fazia sete anos que Adail prestava serviços ao AV Buffet nas horas em que não estava no rancho da 11; Região Militar. Por isso, ele já estava acostumado com festas em barcos. A festa no Imagination seria outra como tantas em que ele tinha trabalhado. ;Ele morreu correndo atrás;, disse o amigo Benjamim.

Adail completou este ano 28 anos de carreira militar e era graduado como taifeiro ; entre o cabo e o soldado. Em dois anos, o cozinheiro entraria para a reserva. Como era militar, Adail sabia nadar e treinou noções de primeiros socorros. Na última quarta-feira, durante o velório no cemitério Campo da Esperança, a esposa de Aguinaldo, Vanda Cristina Pereira, de 25 anos, levou a filha Ingrid Ohana Pereira, 10 , e relatou aos familiares que Adail tirou o próprio colete para dar à menina. ;Ele morreu como um herói;, contou, emocionado, o amigo Wanderson Dias Marques, de 40 anos. Adail torcia para o Botafogo e morava na Asa Norte com a esposa, Maria das Dores de Souza Borges, e com a filha Sara, de 16 anos.

Vicente Carneiro de Sousa Neto, 36 anos
Nascido no município de Itapecuru Mirim, região norte do Maranhão, Vicente Carneiro de Sousa Neto, de 36 anos, era o primogênito de cinco irmãos ; quatro homens e uma mulher. Ele veio para Brasília ainda criança e escolheu a cidade de Ceilândia para morar. Na cidade mais populosa do DF, Vicente viveu com a família e fez grandes amigos.

;Conhecia ele desde pequeno. Nossas famílias são muito amigas, mas quando Deus chama, Ele não escolhe a hora;, lamenta Alarico Mota Filho, 73 anos, vizinho de Vicente por mais de 20 anos. Lembrado como uma pessoa religiosa e sem vícios, Vicente deixa saudade em todos que o cercavam. Mas a sua alegria faz com que a saudade seja canalizada em amor.

;Jogamos futebol na sexta-feira antes do acidente. Ele brincou e disse que eu estava barrigudo. Adorava colocar apelidos em todos, e era popular na rua em que morava;, apontou o amigo, Jeferson Miranda, 17. No dia do acidente, o garçom trabalhava para substituir um amigo, que estava escalado mas não pôde ir. A esposa de Neto, como ele era chamado, pediu que o marido não fosse trabalhar naquele dia, pois ela estava com pressentimentos ruins. ;Ela sonhou que procurava algo na margem de um lago e não encontrava;, contou a amiga e vizinha Cida Moreira, de 34 anos.

A vizinha Maria Luíza Alves, 37 anos, contou que no dia do enterro do garçom, ele iria ao shopping com a esposa Selma, com o filho João Victor, 5, e com a filha Larissa, 15, do primeiro casamento. ;A família ia comemorar os oito anos de casamento entre ele (Vicente) e a Selma. Durante o enterro, o João falava que estava esperando o pai para passear;, contou a diarista.

Valdelice de Souza Fernandes, 36 anos
O nome de batismo de Valdelice soa estranho para os mais próximos da baiana de Iboturama. Ela preferia ser chamada de Val, como contou o pai Antônio Fernandes. Val era uma das sete filhas que seu Antônio e a esposa, Ana de Souza Fernandes, colocaram no mundo. Desses, seis vieram para Brasília tentar a vida. A maioria dos irmãos mora em São Sebastião. Val vivia em um condomínio no Colorado com os três filhos e o marido, José Carlos Rocha, 46 anos. ;Ela estava tão feliz, tinha acabado de reformar a cozinha como ela sempre sonhou;, relatou o pai. Val ajudava o marido na galeteria da qual era sócio no Sudoeste, mas, desde o nascimento do último filho, o bebê João Antônio Fernandes Rocha, ela se dedicava exclusivamente à casa e às crianças.

No último Dia das Mães, Valdelice havia feito um passeio de barco e gostado muito. Tanto que convenceu o marido José Carlos a embarcar no Imagination no último domingo. ;Ela queria que a família toda fosse, estava muito bonita com uma roupa com muito brilho;, contou o marido José Carlos. Ele e a esposa levaram os dois filhos pequenos: Vitória, de quatro anos, e o bebê João Antônio, de sete meses. Henrique, de 17 anos, mais velho e filho somente dela, não pôde ir. A bordo do Imagination, Val estava muito alegre, tanto que ligou para a família na Bahia e para algumas amigas. ;Parecia que ela estava se despedindo;, contou, emocionado, o pai.

Valdelice foi a sétima vítima a ser encontrada pelo Corpo de Bombeiros no Lago Paranoá. De acordo com a cunhada, Aline Gino de Oliveira, 24 anos, Val tentou proteger o bebê. O marido chegou a puxá-la para colocá-la no barco de apoio, mas ela se preocupou em pegar o colete e se perdeu no meio da confusão. ;Agora a Vitória me perguntou se sou eu que vou levá-la à escola todos os dias. É muito triste;, lamentou a cunhada.

Hadnilton José de Oliveira, 31 anos
Um homem com o pé no chão. Assim a tia Magna Gonçalves descreveu o sobrinho Hadnilton José de Oliveira. ;Ele não era de ficar pensando no futuro não, buscava viver um presente digno;, descreveu a tia. Hadnilton nasceu no Gama em 1979 e no ano seguinte mudou-se para o setor P Sul, em Ceilândia, onde cresceu, casou-se e constituiu família. O gosto pelo futebol e o jeito brincalhão faziam dele uma presença requisitada no futebol da rua. O Flamengo era o time do coração. ;Ele era daquele tipo de pessoa que fazia de tudo para ajudar e divertir os amigos;, contou a tia Magna.

Não era a primeira vez que Hadnilton trabalhava como garçom em eventos de barco. Independentemente de onde fosse a festa, ele estava disposto a servir e tirar do trabalho o sustento da casa. Dessa forma, embarcar a serviço no Imagination era uma situação comum para o rapaz. ;Ele não tinha medo do barco porque estava acostumado;, contou a tia Magna.

Hadnilton foi o último corpo a ser encontrado no Lago Paranoá. Angustiados, os familiares fizeram vigília na Associação dos Servidores da Câmara dos Deputados (Ascade) do início ao fim das buscas. Na quarta-feira, às 23h, o corpo boiou e foi resgatado por uma equipe de mergulhadores do Corpo de Bombeiros. No momento em que Hadnilton foi encontrado, era feito um patrulhamento no perímetro onde o barco afundou. ;Nosso medo era nem achar o corpo para dar um enterro digno;, disse a tia Magna.

Os depoimentos de sobreviventes sobre a ajuda de Hadnilton na hora do acidente confortaram os parentes. ;Ele salvou várias pessoas e isso nos consola;, disse a tia Maria Marta de Oliveira, de 48 anos. Evangélica, Maria Marta sabia que o corpo de Hadnilton iria flutuar e ser sepultado pela família cedo ou tarde. ;No primeiro momento em que descobrimos que ele estava desaparecido, pensamos: como o machado do profeta Eliseu flutuou nas águas, o corpo dele vai flutuar, e foi o que aconteceu;, narrou. Hadnilton deixa o filho Hugo, 9 anos.

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