Cidades

Corregedoria da Civil instaura sindicância para apurar conduta do delegado

Marco Prates
postado em 31/05/2011 08:00
Willy Borges alega legítima defesa quanto aos disparosA Corregedoria da Polícia Civil do DF instaurou sindicância para apurar a conduta do delegado Willy Borges de Amorim, autuado em flagrante por tentativa de homicídio contra dois policiais militares de Goiânia na madrugada do último domingo. Caso seja comprovada a transgressão disciplinar, Willy pode ser demitido da corporação. Em Goiânia, o inquérito criminal corre na 2; Delegacia Distrital de Polícia e deve ser concluído em 15 dias.

Segundo a Polícia Civil de Goiás, Willy baleou na perna dois policiais militares que trabalhavam como seguranças na Boate Santa Fé, montada na Agropecuária de Goiânia, no Setor Nova Vila. Ele teria urinado no camarote e sido expulso. O acusado nega (Veja Três perguntas para). Willy passou o domingo preso na Delegacia de Homícidios de Goiânia e foi liberado às 21h20, após conseguir um habeas corpus. ;Ele chegou à delegacia visivelmente embriagado;, afirma o delegado Regional de Goiânia, Sidney Costa e Souza.

Os donos da boate confirmam que o delegado foi expulso do estabelecimento. Um dos sócios, Luciano Sassinhora, 34 anos, afirma que Willy é conhecido na cidade por ser causador de problemas. ;Ele já disparou um extintor de incêndio, urinou no camarote;, conta. As ordens eram para que Willy nem entrasse na Santa Fé no domingo. ;Ele usa carteira e arma para intimidar todo mundo.;

Willy tem outra versão. Ele teria sido expulso porque pretendia acabar com irregularidades na boate. ;Eles não têm interesse de policiais ali porque as pessoas usam drogas e eles fazem vista grossa. Eu disse que ia chamar agentes para conduzir à delegacia quem estava servindo álcool a menores;, diz o delegado, nascido em Goiânia. Depois de passar pelas delegacias de Planaltina, Ceilândia (Setor O) e São Sebastião, ele está sem lugar na corporação distrital. Com atestado médico até 9 de junho, seu novo local de trabalho deverá ser decidido após o fim da licença.

O policial alega legítima defesa para os disparos, feitos com uma Glock 380, que pertence a ele. ;Hoje (ontem) compareci à delegacia e fiz vários pedidos de diligência, para que se pegue as imagens internas da boate. Pedi perícia para mostrar que os tiros foram feitos de cima para baixo e a curta distância, o que mostra que eu estava sendo agredido;, defende-se. Os dois policiais militares baleados por Willy passam bem. Um foi liberado no domingo e o outro permanece internado, mas não corre risco de morte.

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