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Em queda, preço de gasolina no DF já chega a R$ 2,46

postado em 02/06/2011 07:36
Guerra: Nos eixinhos da Asa Norte, na acirrada disputa entre os postos, lucram os consumidores. Ontem, havia revendedor oferecendo gasolina a R$ 2,46. Na Asa Sul, o menor preço era R$ 2,49
Os preços dos combustíveis seguem em queda no Distrito Federal desde meados de maio. Nesta semana, boa parte dos postos fez novos ajustes nas bombas. O litro da gasolina, que rompeu a barreira dos R$ 3 pela primeira vez na história em abril, custa atualmente entre R$ 2,46 e R$ 2,79, variação de R$ 0,33. Quem abastecer nos estabelecimentos que cobram o valor mínimo pode economizar R$ 16,50 para encher um tanque de 50 litros.

Após oito aumentos em 2011, o litro do etanol também continua recuando e vale entre R$ 1,89 e R$ 1,98. Esses valores, no entanto, ainda não são suficientes para que o biocombustível volte a ser tecnicamente vantajoso, segundo especialistas. Levando em conta o menor valor da gasolina cobrado no DF, o preço máximo para que o etanol valesse a pena deveria ser de R$ 1,72, o que corresponde a 70% do preço do derivado de petróleo.

O Correio percorreu ontem todo o Plano Piloto e encontrou os menores valores em postos localizados nos eixinhos da Asa Norte: gasolina entre R$ 2,46 e R$ 2,49 e álcool entre R$ 1,89 e R$ 1,91. Na Asa Sul, somente um estabelecimento cobrava R$ 2,49 pelo litro da gasolina; o restante estampava preços entre R$ 2,64 e R$ 2,79. Os maiores preços estão nos postos instalados entre as quadras residenciais, ou seja, nas 300 ou nas 400.

Briga
A queda nos valores era esperada e reflete a maior oferta de combustíveis com o avanço da safra da cana-de-açúcar. Mas a gangorra também é resultado de uma guerra de preços, principalmente na Asa Norte. ;Não tem nada a ver com promoção, é briga mesmo. Reduzimos nossa margem de lucro ao extremo e vamos levar os concorrentes a baixar ainda mais;, disse Tiago Jarjour, gerente de posto na 206 Norte, que cobrava os menores valores. O estabelecimento vizinho acompanhou a tabela.

No Eixinho Leste, motoristas chegaram a fazer fila no fim da manhã para abastecer. O técnico em eletrônica Willian Romualdo Pereira de Alencar, 25 anos, mora em Luziânia, gasta cerca de R$ 500 por mês com combustível e não quis perder a oportunidade. ;Tomei um susto quando vi o preço. Como não sei até quando esses valores continuam, parei logo para encher o tanque;, contou. Os postos que cobram abaixo da média não aceitam pagamento com cartão de crédito.

Os preços dos combustíveis estão em queda nas bombas de todo o país há três semanas, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Contribuíram para esse cenário a pressão do governo sobre a BR Distribuidora e a redução de 25% para 20% de etanol na gasolina. O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis) informou que há expectativa de mais redução.

Para o deputado distrital Chico Vigilante (PT), os recentes reajustes nas tabelas são resultado da pressão popular. Em abril e no início de maio, várias manifestações contra os preços dos combustíveis no DF ocuparam as ruas e tomaram conta das redes sociais. ;Eles (os donos de postos) jamais abririam mão do lucro exorbitante se a população não tivesse pressionado;, comentou o parlamentar, autor do projeto de lei para liberar postos em supermercados. A proposta aguarda votação na Câmara Legislativa.

Câmara cogita criar uma CPI
Em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados, realizada ontem, o deputado Dr. Ubiali (PSB-SP) defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar como ocorre o processo de formação dos preços de combustíveis no país. O Movimento contra a Cartelização dos Combustíveis no DF reforçou o pedido. Para que a investigação seja inaugurada, são necessárias as assinaturas de 171 parlamentares.

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