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Com a chegada do frio, lojas esperam um crescimento de vendas de 10%

postado em 02/06/2011 07:43
Com a mudança da estação, comerciantes renovam os estoques, apesar da curta duração do inverno no DF
O varejo vive de temporadas, e foi dada a largada para o investimento dos empresários nas vendas de artigos de inverno. Vestuário, calçados, roupas de cama, eletroeletrônicos e, em menor medida, supermercados e casas especializadas em vinhos e chocolates são alguns dos segmentos que renovaram seus estoques e pretendem faturar com as baixas temperaturas. A Câmara dos Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF) espera alta modesta nas vendas frente ao ano passado, de 4%. O Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) está mais otimista, e aposta em um crescimento de 10%. A Federação do Comércio de Bens, Turismo e Serviços do DF (Fecomércio-DF) não divulgou estimativa, mas diz contar com acréscimo no faturamento.

;As lojas se preparam, os produtos típicos do inverno não têm giro anual. Elas fazem encomendas especiais. É uma venda com mais cautela, pois compra-se pouco. O frio não dura muito no Distrito Federal;, comenta Geraldo Araújo, presidente da CDL-DF. Segundo ele, o motivo de a CDL estimar um crescimento pequeno para as vendas do inverno é o freio colocado no consumo graças às medidas governamentais de combate à inflação. ;Há uma recessão. Houve aumento das taxas de juros pelo Banco Central, travando os financiamentos;, destaca.

Na visão de Geraldo Araújo, os empresários dos ramos de vestuário, calçados e roupas de cama devem ter os aumentos mais significativos nos lucros. Ele destaca que, no segmento de eletrônicos, têm boa saída principalmente os umidificadores de ar. O ápice das vendas ocorre na alta estação, em julho, quando a atmosfera fica mais seca. Os aquecedores têm desempenho tímido no DF.

O presidente do Sindivarejista, Antônio Augusto de Moraes, acredita que, mesmo com as restrições de crédito e a desaceleração no consumo, os bons índices de emprego e renda garantirão alta de 10% nas vendas frente a 2010. ;Estamos com um número maior de consumidores na praça;, acredita. Para ele, o comércio foi beneficiado pelo fato de o frio ter chegado mais cedo este ano.

A opinião é a mesma do presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana. ;As temperaturas caíram mais cedo do que o usual. Pautados pelo aumento nas vendas dos últimos meses, acreditamos que o desempenho será bom nesse inverno;. De acordo com ele, até o momento o setor registrou uma maior procura por roupas de frio. As lojas de eletroeletrônicos ainda não observaram incremento sensível na busca por umidificadores ou aquecedores, diz Santana.

Promoção
Para atrair os clientes, uma aposta dos lojistas que querem alavancar as vendas no período de frio são as promoções. Ontem, um estabelecimento especializado em roupas de cama oferecia preços atrativos em um shopping da cidade. A loja ficou cheia, e muita gente colocou a mão no bolso. Um dos compradores foi o aposentado Arnaldo Alves dos Santos, 49 anos. Ele adquiriu um edredon e uma manta.

Arnaldo conta que sua família costumava renovar com frequencia o estoque de cobertores e edredons, já que faz doações no período de inverno. Ele acredita que as compras da estação fria este ano serão apenas de roupas de cama. ;Já temos casacos de couro que duram muito. Umidificador, compramos no ano passado. Foi muito útil porque minha mulher tem um pouco de asma;, conta.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), apesar de estar sendo encarado como mais rigoroso do que os anteriores pelos brasilienses, até o momento o inverno de 2011 não registrou números fora da normalidade. As temperaturas mínimas, entre a madrugada e a manhã, estão entre 12,6;C e 14;C. De acordo com Hamilton Carvalho, meteorologista da entidade, índices semelhantes foram observados em outros anos. ;O pico das temperaturas baixas será entre o fim de junho e início de julho;, diz Carvalho.

A umidade, que em épocas regulares fica entre 80% e 90%, já atingiu 30% em razão de uma massa de ar seco que está sobre a região Centro-Oeste. A tendência é que o indicador chegue a patamares ainda mais baixos. Em setembro, outubro e novembro, meses em que a temperatura já terá subido, há a possibilidade de a secura chegar a patamares considerados críticos, como 14% e 15%.

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