Cidades

Caputo critica MP por demora de denúncias sobre Caixa de Pandora

Ana Maria Campos
postado em 02/06/2011 08:00
Ao abrir a VI Conferência do Advogado do Distrito Federal, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF), Francisco Caputo, voltou a lamentar ontem o que considera uma demora na apresentação pelo Ministério Público Federal da denúncia relacionada à Operação Caixa de Pandora. ;Recentemente, manifestei à imprensa o sentimento de frustração que se abate sobre todos nós com relação à ausência de desfecho para esse que foi o maior escândalo que a República já viu. Até agora não vimos o Ministério Público apontar específica e fundamentadamente os responsáveis por essa catástrofe que se abateu sobre nossa cidade;, afirmou.

Caputo se referiu à entrevista que concedeu à coluna Eixo Capital, publicada no último domingo, quando afirmou estar frustrado porque, um ano e meio depois da deflagração da Operação Caixa de Pandora, o Ministério Público ainda não concluiu o trabalho a fim de apresentar formalmente uma ação penal sobre o suposto esquema de desvio de recursos para enriquecimento de integrantes do Governo do Distrito Federal e de deputados distritais. Responsável pela investigação em curso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, sustenta, por meio da assessoria de comunicação, que aguarda o resultado de algumas diligências para apresentar a denúncia.

Raquel Dodge já protocolou duas denúncias por falsidade ideológica e obstrução da Justiça. Além disso, o Ministério Público do Distrito Federal, por meio do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC), tem conseguido vitórias na esfera cível. O juiz Álvaro Ciarlini, da 2; Vara de Fazenda Pública do DF, bloqueou os bens de vários acusados de envolvimento no esquema de corrupção investigado na Operação Caixa de Pandora.

Na conferência, Caputo ressaltou ter sido uma vitória manter a autonomia administrativa do Distrito Federal, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) negou pedido de intervenção federal feito pelo procurador-geral da República. A OAB-DF se posicionou publicamente contra o pedido. ;Tivemos sucesso em manter a autonomia administrativa de nossa cidade, mas temos de estar vigilantes;, apontou. Durante um período, o escritório de Caputo atuou na defesa de Arruda, mas desde o ano passado não tem mais relação com o caso.

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