Cidades

Álcool e gasolina voltam a subir nos postos de combustível do DF

postado em 07/06/2011 07:21
A queda dos preços dos combustíveis no Distrito Federal não se sustentou. Após o alívio de encontrar gasolina nas bombas até a R$ 2,46, os brasilienses voltaram a se deparar com novos aumentos nos postos. Empresários do setor começaram a ajustar as tabelas na última sexta-feira. O litro do derivado de petróleo custa atualmente entre R$ 2,76 e R$ 2,79, na maioria dos estabelecimentos. Na comparação com o menor valor da semana passada, a alta chega a 13%. O litro do etanol vale entre R$ 1,96 e R$ 1,99, com exceção de um posto na Asa Sul, que cobrava ontem R$ 1,90.

Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que desde meados de maio os preços vêm caindo em todas as unidades da Federação ; cenário esperado por conta da safra da cana-de-açúcar. No DF, após atingir patamares históricos no fim de abril, os valores estavam acompanhando a tendência de queda. Surpresos, motoristas chegaram a fazer filas em postos da Asa Norte para encher o tanque.

Segundo os dados da ANP, os preços dos combustíveis nas distribuidoras continuam em declínio. Roberto Jardim, um dos supervisores da Rede Gasol, a maior do DF, disse que o último reajuste é resultado de comportamento natural do mercado. ;O que houve (na semana passada) foi uma briga de mercado. Apenas voltamos ao normal;, classificou. O litro do etanol, de acordo com ele, deve cair até o fim do mês. Por enquanto, o biocombustível segue em desvantagem tecnicamente.

Descrentes diante das explicações do setor, motoristas voltaram a reclamar na hora de abastecer. ;Eles não conseguem encontrar desculpa convincente. É sempre a mesma coisa;, afirmou a publicitária Adriana Werneck, 42 anos, indignada com o novo valor da gasolina na bomba. Ela conta que, este ano, a despesa com combustível aumentou R$ 90 por mês. ;Fiquei feliz quando vi os preços mais baixos na semana passada, mas a alegria durou pouco;, completou.

A variação encontrada até a última sexta-feira também deixou de existir. Nas asas Sul e Norte, os preços se igualaram. A maioria dos postos cobra R$ 2,79 (gasolina) e R$ 1,99 (etanol). ;O cartel continua bem evidente. A queda dos preços foi só um paliativo;, comentou a servidora pública Júlia Cavalcante, 27 anos. As acusações de combinação de preços entre os donos de postos do DF é investigada pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) desde novembro de 2009. No início de maio, o órgão constatou que a Rede Gasol possuía contratos privilegiados com a BR Distribuidora.

Para o deputado distrital Chico Vigilante (PT), a gangorra dos preços fortalece as suspeitas de cartelização na capital do país. ;Isso não é novidade para ninguém, é o jogo do cartel. Os caras baixam os preços, diversificam um pouco e depois voltam tudo ao normal;, afirmou.

Vigilante espera que o projeto de lei de sua autoria para revogar a proibição de postos em supermercados entre hoje na pauta da Câmara Legislativa. O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis-DF) não se pronunciou ontem sobre os reajustes ocorridos no fim de semana.

Processo
A BR Distribuidora tinha até o fim de maio para apresentar defesa. Em seguida, a SDE teria mais 45 dias para avaliar as informações. Após o processo ser concluído, recomendações seriam enviadas ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que decidirá o destino da empresa investigada. A secretaria informou que a fase de instrução está seguindo normalmente.

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